Como é estar na velhice?

A experiência de mulheres idosas participantes de uma intervenção psicológica grupal

Autores

  • Eliene Moreira Curado
  • Ana Paula Martins de Campos
  • Vera Lucia Decnop Coelho

DOI:

https://doi.org/10.26512/ser_social.v0i21.12735

Palavras-chave:

Velhice, Envelhecimento, Mulheres, Intervenção psicológica

Resumo

Por meio de relatos de mulheres idosas participantes de uma intervenção psicológica grupal, buscou-se identificar eventos que marcam o início da velhice, as preocupações e limitações associadas e as conquistas que integram essa etapa da vida. Os encontros grupais foram gravados e transcritos, e os dados foram submetidos à Análise Temática. As participantes apontaram como eventos e vivências associadas ao início da velhice: as mudanças no arranjo e na dinâmica familiar, a aposentadoria e o comprometimento da saúde física. As preocupações estavam relacionadas a dificuldades familiares, receio de se tornarem dependentes, medo do desamparo, conflitos intergeracionais. De modo geral, nota-se que as participantes falaram mais facilmente sobre os aspectos negativos desta etapa da vida do que sobre os positivos. Aquelas que perceberam conquistas no processo do envelhecer citaram: experiência adquirida, autoconhecimento, flexibilidade de horários, maior autonomia e satisfação com a vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Eliene Moreira Curado

Psicóloga pela Universidade de Brasília (UnB).

Ana Paula Martins de Campos

Mestre em Psicologia Clínica pela UnB e especialista em Psicodrama Triádico pela Sociedade Brasileira de Psicoterapia, Dinâmica de Grupo e Psicodrama (Sobrap).

Vera Lucia Decnop Coelho

Doutora em Psicologia pela Case Western Reserve University, professora aposentada da UnB e pesquisadora colaboradora adjunta do Departamento de Psicologia Clínica, coordenadora da equipe de Psicologia Clínica do Centro de Medicina do Idoso do Hospital Universitário de Brasília (HUB).

Referências

ACOSTA-ORJUELA, G. M. Os idosos e a mídia: usos, representações e efeitos. In: FREITAS, E. V. et al. (Orgs.). Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 981-989.

BACELAR, R. O lugar da avó. Recife: Fundação Antônio dos Santos Abranches, 2002.

CAMARANO, A. A. Envelhecimento da população brasileira: uma contribuição demográfica. In: FREITAS, E. V. et al. (Orgs.). Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 58-71.

CAMARANO, A. A.; KANSO, S.; MELLO, J. L. E. Como vive o idoso brasileiro? In: CAMARANO, A. A. (Org.). Os novos idosos brasileiros: muito além dos 60? Rio de Janeiro: Ipea, 2004. p. 25-73.

CAMPOS, A. P. M.“Tricotando histórias”: reflexões sobre uma intervenção psicológica grupal com idosas. 2005. 160 f. Dissertação (mestrado) ”“ Instituto de Psicologia, Universidade de Brasília, Brasília. 2001.

DOLL, J.; Py, L. Espiritualidade e finitude. In: PACHECO, J. L. et al. (Orgs.). Tempo: rio que arrebata. Holambra, São Paulo: Editora Setembro, 2005. p. 277-290.

FERREIRA, A. P.O migrante na rede do outro: ensaios sobre alteridade e subjetividade. Rio de Janeiro: Tecorá, 1999.

GOLDFARB, D. C.Corpo, tempo e envelhecimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1998.

GOLDMAN, S. N. As dimensões sócio-políticas do envelhecimento. In: Py, L. et al. (Orgs.). Tempo de envelhecer: percursos e dimensões psicossociais. Rio de Janeiro: NAU, 2004. p. 61-81.

HURD, L. “We’re not old!”: older women’s negotiation of aging and oldness. Journal of Aging Studies, v. 13, p. 419, 1999.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÃSTICA (IBGE). Síntese de indicadores sociais 2004 (On-line). Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/condicaodevida/indicadoresminimos/sinteseindicsociais2004/indic_sociais2004.pdf. Acessado em: 20 nov. 2005.

INCONTRI, D. A mídia e a imagem do idoso: uma questão ética. In: PAPALÉO NETTO, M. (Org.). Gerontologia: a velhice e o envelhecimento em visão globalizada. São Paulo: Atheneu, 2002. p. 458-462.

MESSy, J. A pessoa idosa não existe: uma abordagem psicanalítica da velhice. São Paulo: Atheneu, 1999.

MINAyO, M. C. S. O desafio do conhecimento humano: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: Hucitec-Abrasco, 1996, 408p.

MINAyO, M. C. S.; COIMBRA JÚNIOR, C. E. A. Entre a liberdade e a dependência: reflexões sobre o fenômeno social do envelhecimento. In: MINAyO M. C. S.; COIMBRA JÚNIOR, C.E.A. (Orgs.). Antropologia, saúde e envelhecimento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. p. 11-24.

NERI, A. L. O fruto dá sementes: processos de amadurecimento e envelhecimento. In: NERI, A. L. (Org.). Maturidade e velhice: trajetórias individuais e socioculturais. Campinas (SP): Papirus, 2001. p. 11-52.

_______. Palavras-chaves em Gerontologia. Campinas (SP): Alínea, 2001b.

_______. O que a Psicologia tem a oferecer ao estudo e à intervenção no campo do envelhecimento no Brasil, hoje. In: yASSUDA, M. S.; NERI, A. L.; CACHIONI, M. (Orgs.). Velhice bem-sucedida: aspectos cognitivos e afetivos. Campinas, SP: Papirus, 2004. p. 13-27.

PASCHOAL, S. M. P. Qualidade de vida na velhice. In: FREITAS, E. V. et al. (Orgs.). Tratado de geriatria e gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. p. 79-84.

Py, L.; SCHARFSTEIN, E. Caminhos da maturidade: representações do corpo, vivências dos afetos e consciência da finitude. In: NERI, A. L. (Org.). Maturidade e velhice: trajetórias individuais e socioculturais. Papirus: Campinas, 2001. p. 117-150.

RIBAS, M. Idade de mulher. In: BAKKER FILHO, J. (Org.). É permitido colher flores? Reflexões sobre o envelhecer. Curitiba: Champagnat, 2000. p. 201-212.

RUSCHEL, A. Envelhecimento e gênero: A construção de um novo tempo. In: CASTRO, O. (Org.). Velhice: que idade é esta? Porto Alegre: Síntese, 1998. p. 87-100.

SANT’ANNA, M. J. G. UnATI, a velhice que se aprende na escola: um perfil de seus usuários. In: VERAS, R. (Org.). Terceira idade: desafios para o terceiro milênio. Rio de Janeiro: UnATI/UERJ, 1997. p. 75-102.

SOUzA, E. R. et al. O idoso sob o olhar do outro. In: MINAyO, M. C. S.; COIMBRA JÚNIOR, C. E. A. (Orgs.). Antropologia, saúde e envelhecimento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. p. 191-209.

TEIXEIRA, I. N.; NERI, A. L. Envelhecimento bem-sucedido: uma meta no curso de vida. Psicol. USP, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 81-94, 2008.

UCHOA, E.; FIRMO, J. O. A.; LIMA-COSTA, M. F. F. Envelhecimento e saúde: experiência e construção cultural. In: MINAyO, M. C. S.; COIMBRA JÚNIOR, C. E. A. (Orgs.). Antropologia, saúde e envelhecimento. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2002. p. 191-209.

Downloads

Publicado

08/14/2009

Como Citar

CURADO, Eliene Moreira; CAMPOS, Ana Paula Martins de; COELHO, Vera Lucia Decnop. Como é estar na velhice? A experiência de mulheres idosas participantes de uma intervenção psicológica grupal. SER Social, [S. l.], n. 21, p. 45–70, 2009. DOI: 10.26512/ser_social.v0i21.12735. Disponível em: https://www.periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12735. Acesso em: 16 maio. 2024.