Relação religiosidade-saúde mental na perspectiva de assistentes sociais

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/sersocial.v23i49.29780

Palavras-chave:

Serviço social. saúde mental. religião/religiosidade.

Resumo

O objetivo do presente estudo foi o de analisar a concepção de assistentes sociais sobre a religiosidade de pessoas em tratamento em Centros de Atenção Psicossocial (CAPs). Trata-se de uma pesquisa de natureza empírica e abordagem qualitativa, com utilização de dados primários, coletados por meio do instrumento da entrevista semiestruturada, e secundários, consultadas revisões sistemáticas da literatura. Foi possível constatar que a religiosidade dos usuários no contexto da Saúde Mental é concebida em termos paradoxais – com ênfase na dimensão negativa, contradição que dificulta relatos convergentes sobre possíveis relações dialógicas entre a religiosidade-Saúde Mental e o Projeto Ético-Político (PEP) profissional, o que pode significar uma relação mal resolvida no Serviço Social brasileiro com a dimensão da religiosidade, expressão de um recalque ou uma indisposição temática em função de um temor a uma reatualização conservadora na profissão.

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Biografia do Autor

Vera Núbia Santos, Universidade Federal de Sergipe (UFS)

Assistente Social, doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, professora do quadro efetivo da Universidade Federal de Sergipe, em nível de graduação e pós-graduação e avaliadora ad hoc do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais desde 2004. Desenvolve pesquisas sobre condições de trabalho de assistentes sociais, Arte e Serviço Social, Pesquisa em Serviço Social e Política Social.

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Publicado

07/30/2021

Como Citar

MAGALHÃES, Vinicius Pinheiro de; SANTOS, Vera Núbia. Relação religiosidade-saúde mental na perspectiva de assistentes sociais. SER Social, [S. l.], v. 23, n. 49, p. 431–450, 2021. DOI: 10.26512/sersocial.v23i49.29780. Disponível em: https://www.periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/29780. Acesso em: 2 maio. 2024.