As comunidades negras rurais nas ciências sociais no Brasil

de Nina Rodrigues à era dos programas de pós-graduação em antropologia

Autores/as

  • Carlos Alexandre B. Plínio dos Santos

Palabras clave:

comunidades negras rurais, ciências sociais, relações raciais, PPGAs

Resumen

Proponho, neste artigo, traçar uma breve análise dos estudos sobre relações raciais, nas ciências sociais no Brasil, com o intuito de demonstrar que o foco dos estudos sociológicos e antropológicos sobre o negro estava delimitado predominantemente em contextos urbanos até a década de 1960. As comunidades negras rurais, vistas como “desagregadas culturalmente”, foram colocadas à margem desses estudos no período citado. Esse quadro só começou a ser modificado com a criação dos programas de pós-graduação em antropologia, os quais investigaram múltiplos temas que, aos poucos, deram visibilidade às comunidades negras rurais.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

AGUIAR, Pinto de. 1955. “Manuel Querino e sua obra”. In: Manuel Querino. A raça africana e seus costumes. Salvador: Progresso.
AGUIRRE BELTRÁN, Gonzalo. 1967. Regiones de refugio: el desarrollo de la comunidad en Mestizo-América. México: Instituto Indigenista Interamericano.
AZEREDO, Paulo R. 1986. Antropólogos e pioneiros: a história da Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia. São Paulo: FFLCH/USP.
AZEVEDO, Thales de. 1966. Cultura e situação racial no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
______.1996. As elites de cor numa cidade brasileira: um estudo de ascensão social & classes sociais e grupos de prestígio. 2. ed. Salvador: EDUFBA/EGBA.
BANDEIRA, Maria de Lourdes. 1988. Território negro em espaço branco: estudos antropológicos de Vila Bela. São Paulo: Brasiliense; CNPq.
BARBOSA, Muryatan S. 2002. A escola Nina Rodrigues na antropologia brasileira. São Paulo: Editora da USP.
BASTIDE, Roger & FERNANDES, Florestan. 1959. Brancos e negros em São Paulo: ensaio sociológico sobre aspectos da formação, manifestações atuais e efeitos do preconceito de cor na sociedade paulistana. 2. ed. São Paulo: Nacional.
BORGES PEREIRA, João B. 1967. Cor, profissão e mobilidade: o negro e o rádio de São Paulo. São Paulo: Pioneira.
______. 1983. Prefacio. In: Renato da Silva Queiroz. Os caipiras negros no Vale do Ribeira: um estudo de antropologia econômica. São Paulo: FFCH/USP, pp. 9-13.
BRANDÃO, Carlos R. 1977. Peões, pretos e congos: trabalho e identidade étnica em Goiás. Goiânia: Editora da Universidade de Brasília.
CARDOSO, Fernando H. & IANNI, Octávio. 1960. Cor e mobilidade social em Florianópolis: aspectos das relações entre negros e brancos numa comunidade do Brasil meridional. São Paulo: Nacional.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. 1988. Sobre o pensamento antropológico. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro; Brasília: CNPq.
CARNEIRO, Antônio J. S. 1937. Os mitos africanos no Brasil. São Paulo: Nacional. (Biblioteca Pedagógica Brasileira, série 5. Brasiliana, v. 103).
COELHO, Ruy. 1955. The Black Carib of Honduras, a Study in Acculturation. Ph. D. thesis, Northwestern University.
CORRÊA, Mariza. 1998. As ilusões da liberdade: a escola de Nina Rodrigues e a antropologia no Brasil. 2. ed. Bragança Paulista: Editora da Universidade São Francisco. (Coleção Estudos CDAPH. Série Memória).
______. 1997. “Dona Heloisa e a pesquisa de campo”. Revista de Antropologia, 40(1): pp. 11-54.
COSTA EDUARDO, Octavio da. 1948. The Negro in Northern Brazil, a Study in Acculturation. New York: J. J. Augustin. (Monographs of the American Ethnological Society, 15).
COSTA PINTO, Luiz de A. 1953. O negro no Rio de Janeiro: relações de raças numa sociedade em mudança. São Paulo: Nacional.
DURHAM, Eunice R. 1973. A caminho da cidade: a vida rural e a migração para São Paulo. São Paulo: Perspectiva. FERNANDES, Florestan. 1965. A integração do negro na sociedade de classes. São Paulo: Dominus; USP. 2 v.
FREYRE, Gilberto. 1994. Casa-grande & senzala. 29. ed. Rio de Janeiro: Record. Publicado originalmente em 1933.
FRIEDEMANN, Nina S. de. 1984. “Estudios de negros en la antropologia colombiana”. In: Jaime Arocha et al. Un siglo de investigación social: antropología en Colombia. Bogotá: ETNO.
GARCIA JR., Afrânio. 2004. “A dependência da política: Fernando Henrique Cardoso e a sociologia no Brasil”. Tempo Social, 16(1): pp. 285-300.
GUIMARÃES, Antonio S. A. 2004. O Projeto Unesco na Bahia. Comunicação ao Colóquio Internacional “O projeto Unesco no Brasil: uma volta crítica ao campo 50 anos depois”. Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, Salvador, Bahia, 12”“14 jul. 2004.
______. 1999. “Preconceito de marca: as relações raciais em Itapetininga”. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 14(41): pp. 169-171.
GUSMÃO, Neusa M. M. de. 1992. “Negro e camponês: política e identidade no meio rural brasileiro”. São Paulo em Perspectiva, 6(3): pp. 116-122.
HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence (Orgs.). 2008. A invenção das tradições. 6ª edição. São Paulo: Paz e Terra.
IANNI, Octavio. 2004a. Florestan Fernandes: sociologia crítica e militante. São Paulo: Expressão Popular.
______. 2004b. “Octavio Ianni: o preconceito racial no Brasil”. Estudos Avançados, 18(50): pp. 6-20.
LANDES, Ruth. 1967. A cidade das mulheres. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
______. 1947. The City of Women. New York: UNM Press.
LARAIA, Roque de Barros. 1997. “Oliveira Viana: 75 anos de evolução do povo brasileiro”. Pós ”“ Revista Brasiliense de Pós-Graduação em Ciências Sociais. Brasília: Paralelo 15.
______. 1986. “Relações entre negros e brancos no Brasil”. In: Cerqueira, Eli Diniz et al. O que se deve ler em ciências sociais no Brasil. São Paulo: Cortez; ANPOCS, pp. 159-173.
MAIO, Marcos Chor. 1999. “O Projeto Unesco e a agenda das ciências sociais no Brasil dos anos 40 e 50”. RBCS, 14(41): pp. 141-158.
MELATTI, Julio Cezar. 1983. A antropologia no Brasil: um roteiro. Brasília: Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília. (Série Antropologia).
MENDOZA, Edgar S. G. 2005. “Donald Pierson e a escola sociológica de Chicago no Brasil: os estudos urbanos na cidade de São Paulo (1935-1950)”. Sociologias, (14), pp. 440-470.
MORIN, Edgar. 1990. Introdução ao pensamento complexo. 2. ed. Lisboa: Instituto Piaget.
NINA RODRIGUES, Raimundo. 1939. As coletividades anormais. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
______. 1935. O animismo fetichista dos negros baianos. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
______. 1932. Os africanos no Brasil. São Paulo: Nacional.
NOGUEIRA, Oracy. 1955. “Relações raciais no município de Itapetininga”. In: Roger Bastide & Florestan Fernandes. (Org.). Relações raciais entre negros e brancos em São Paulo: ensaio sociológico sobre as Origens, as Manifestações e os Efeitos do preconceito de cor no município de são Paulo. São Paulo: Unesco-Anhembi, pp. 362-554.
OLIVEIRA VIANA, Francisco J. de. 1923. Evolução do povo brasileiro. São Paulo: Nacional.
______. 1932. Raça e assimilação. São Paulo: Nacional. (Biblioteca Pedagógica Brasileira, série V; Brasiliana).
PEIRANO, Mariza. 1992. “Os antropólogos e suas linhagens”. In: Roque Laraia & Mariza Corrêa. (Org). Roberto Cardoso de Oliveira: homenagem. Campinas: UNICAMP/ IFCH, pp. 31-47.
PIERSON, Donald. 1942. Negroes in Brazil: a Study of a Race Contact at Bahia. Chicago: University of Chicago Press.
PIERSON, Donald; CUNHA, Mario W. V. da. 1947. Pesquisa e possibilidades de pesquisa no Brasil (com especial referência a “cultura” e “mudança cultural”): parte I. 9(3): pp. 233-256.
RAMOS, Arthur. 1937. As culturas negras no Novo Mundo. 4. ed. São Paulo: Nacional.
______. 1943. Introdução à antropologia brasileira. Rio de Janeiro: Dep. Cultural.
______. 1934. O negro brasileiro: etnografia religiosa e psicanálise. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
RIBEIRO, René. 1949. The Afrobrazilian Cult-Groups of Recife ”” a Study in Social Adjustment. Thesis (M. A.), Northwestern University.
RIOS, Ana Lugão; MATTOS, Hebe. 2005. Memórias do cativeiro: família, trabalho e cidadania no pós-abolição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
RUBIM, Christina de R. 1996. Antropólogos brasileiros e a antropologia no Brasil: a era da pós-graduação. Tese de doutorado, Universidade Estadual de Campinas.
SCHWARCZ, Lilia M. 2007. O espetáculo das raças: cientistas, instituições e questão racial no Brasil (1870”“1930). São Paulo: Companhia das Letras. Publicado originalmente em 1993.
WAGLEY, Charles. 1952. Races et classes dans le Brésil rural. Paris: Unesco.
WOORTMANN, Klaas. 1990. Com parente não se neguceia. Anuário Antropológico, (87): pp. 11-73. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.

Publicado

2018-02-08

Cómo citar

Santos, Carlos Alexandre B. Plínio dos. 2018. «As Comunidades Negras Rurais Nas Ciências Sociais No Brasil: De Nina Rodrigues à Era Dos Programas De pós-graduação Em Antropologia». Anuário Antropológico 40 (1):75-106. https://www.periodicos.unb.br/index.php/anuarioantropologico/article/view/6750.

Artículos más leídos del mismo autor/a

Artículos similares

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.