Uma proposta de tradução etnográfica para Malinche: Descrevendo deidades mesoamericanas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v9.n5.2020.27154

Palavras-chave:

MALINCHE. Laura Esquivel. Deidades mesoamericanas. Perspectiva etnográfica. Tradução.

Resumo

Este trabalho consiste em comentar a experiência tradutória de descrição das deidades cultuadas por povos pré-hispânicos do território mesoamericano antes da invasão castelhana no século XVI que estão presentes em MALINCHE (2006), obra literária da escritora mexicana Laura Esquivel. Os comentários fundamentam-se na perspectiva etnográfica descritiva de François Laplantine, na qual a tarefa de traduzir é abordada não como um mecanismo de substituições e correspondências entre palavras, mas como um espaço oportuno para um encontro e interação de culturas e línguas. Assim, foi necessário refletir sobre as modificações que devem sofrer o olhar do sujeito-tradutor sobre si mesmo, com o propósito de não encarar o outro como desvio ou espanto. A tarefa exige da tradução da referida obra literária um propósito que seja capaz de olhar de que maneira serão plasmados os valores espirituais pré-hispânicos na língua da tradução a fim de situar o “outro” pertencente um locus cultural distinto. Neste sentido, propõe-se apresentar a descrição como um recurso válido de tradução uma vez que ela promove os olhares mútuos entre culturas distintas. A tradução-descritiva torna-se o objeto de observação da observação, fazendo ver os limites e também as grandes extensões que permite um tradutor alcançar em seu caráter performático.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Sara Lelis de Oliveira, Universidade de Brasília

Doutoranda em Literatura pela Universidade de Brasília. Mestre em Estudos da Tradução (2017) e Bacharel em Tradução ”“ Espanhol (2014) pela mesma instituição. Universidade de Brasília, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, Programa de Pós-Graduação em Literatura. Brasília, Distrito Federal, Brasil.

Referências

I. Do artigo

BERMAN, Antoine. A tradução e a letra ou o albergue do longínquo. Traduzido por: Marie-Hélène Catherine Torres, Mauri Furlan, Andréia Guerini. Rio de Janeiro: 7 Letra /PGET, 2007. Tradução de: La traduction et la lettre, ou L’auberge du lointain.

ESQUIVEL, Laura. MALINCHE. São Paulo:Ed. Suma de Letras, 2006.

HERNÁNDEZ GONZÁLEZ, Cristina. Doña Marina (la Malinche) y la formación de la identidad mexicana. Madri: Ed. Encuentro Ediciones, 2002.

LAPLANTINE, François. A descrição etnográfica. Traduzido por: João Manuel Ribeiro Coelho. São Paulo: Terceira Margem, 2004. Tradução de: La description ethnographique.

LEÓN-PORTILLA, Miguel. Códices. Os antigos livros do Novo Mundo. Traduzido por: Carla Carbone. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2012. Tradução de: Codices: los Antiguos Libros del Nuevo Mundo.

PAZ, Octavio. El laberinto de la soledad. Fondo de cultura económica: México, 1998.

II. Das descrições etnográficas

FAMSI. Fundación para el Avance de los Estudios Mesoamericanos. Disponível em: http://www.famsi.org/spanish/research/graz/borgia/thumbs_0.html Acesso em:

set. 2020.

FAMSI. Fundación para el Avance de los Estudios Mesoamericanos. Disponível em: http://www.famsi.org/spanish/research/graz/borbonicus/thumbs_0.html Acesso em: 5 set. 2020.

FLORESCANO, Enrique. Los orígenes del poder en Mesoamérica. México: FCE, 2009.

Downloads

Publicado

31-10-2020

Como Citar

OLIVEIRA, Sara Lelis de. Uma proposta de tradução etnográfica para Malinche: Descrevendo deidades mesoamericanas. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 9, n. 5, p. 11–30, 2020. DOI: 10.26512/belasinfieis.v9.n5.2020.27154. Disponível em: https://www.periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/27154. Acesso em: 3 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.