A Tradução como Ghostwriting: Uma Reflexão sobre Originalidade em Budapeste, de Chico Buarque

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/belasinfieis.v11.n1.2022.39060

Palavras-chave:

Literatura. Traição. Desconstrução. Sombras. Origem.

Resumo

Neste estudo, meu objetivo é analisar se e de que maneira o personagem José Costa, protagonista de Budapeste (Buarque, 2014), pode ser compreendido como uma metáfora do processo de recriação na tradução. Para isso, coloco em paralelo conceitos muito repetidos dentro dessa temática, como o de originalidade, traição, ética e infidelidade, de modo a contribuir para o estudo proposto. Assim, o silêncio e o vazio também são duas palavras importantes para integrar essa arena, já que o protagonista do romance se constrói como um metatexto de si mesmo e uma metáfora de sua própria carreira, tentando sempre passar tão despercebido por ela quanto passa despercebido nos textos que “não” escreve. Um personagem dentro do personagem, e que narra sua própria vida como se fosse uma narrativa dentro de outra narrativa, a minha hipótese é a de que é possível perceber, na construção de José, uma desconstrução do mito da originalidade. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Alencar, M. (2014). A relação entre a autoria, a originalidade e o tradutor como produtor de texto. Cadernos do XVIII CNLF (CiFEFil), 34–45.

Arrojo, R. (2003). Oficina de tradução: a teoria na prática. Ática.

Ascensão, J. (1997). Direito autoral. Renovar.

Blume, R. F., & Peterle, P. (2013). Tradução e relações de poder. edUFSC.

Britto, P. (2012). Tradução Literária. Civilização Brasileira.

Buarque, C. (2014). Budapeste. Companhia das Letras.

Coracini, M. J. R. F. (2005). Auto-representações do tradutor: entre a fidelidade e a traição. Tradução e Comunicação, (14)2, 183–196.

Derrida, J. (2006). Torres de Babel (J. Barreto, Trad.). Editora UFMG.

Fernandez, E. (2014). Originalidade e criatividade da tradução autoral. Revista Jurídica da Universidade do Sul de Santa Catarina, (8)1, 139–157.

Gentzler, E. (2009). Teorias contemporâneas da tradução (M. Malvezzi, Trad.). Madras.

Hermans, T. (1996). Translation’s other: Inaugural Lecture. University College London.

Lei nº 9.610, de 19 de fevereiro de 1998. (1998). Altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Presidência da República.

Motta, F. (2012, 8 e 9 de outubro). Reflexões sobre os requisitos jurídicos da obra intelectual protegida pelo Direito do Autor. Anais do VI Congresso de Direito de Autor e Interesse Público. Curitiba, Paraná, Brasil. http://www.gedai.com.br/wp-content/uploads/2014/07/anais_vi_codaip.pdf

Naputano, M., & Justo, J. (2016). Budapeste, de Chico Buarque, na narrativa da psicologia social construcionista. Fractal: Revista de Psicologia, 28(1), 127–133.

Saramago, J. (1997). Todos os nomes. Companhia das Letras.

Trombini, J. (2014). Autoria à venda: ghostwriters no Brasil. EdUFSC.

Downloads

Publicado

12-03-2022

Como Citar

SILVA GONÇALVES, Davi. A Tradução como Ghostwriting: Uma Reflexão sobre Originalidade em Budapeste, de Chico Buarque. Belas Infiéis, Brasília, Brasil, v. 11, n. 1, p. 01–18, 2022. DOI: 10.26512/belasinfieis.v11.n1.2022.39060. Disponível em: https://www.periodicos.unb.br/index.php/belasinfieis/article/view/39060. Acesso em: 18 abr. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.