Arte e educação com as plantas:

imagens e poesia no ensino de botânica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cerrados.v31i60.42996

Palavras-chave:

ilustração botânica, arte, percepção, representação, sensibilização

Resumo

O foco do presente trabalho está na confluência entre ciência, arte e educação. Discute-se a potência do comportamento poético e do fazer artístico em nos possibilitar experiências de percepção em contato com as plantas. Partindo da dicotomia que marca discursos de ilustradores botânicos e de professores da área de ensino de Botânica, focada na diferença entre representação científica e criação artística, tentamos uma via conciliatória, a partir do pressuposto de que, independente da intencionalidade que faz resultar diferentes imagens, o contato primordial com os corpos vegetais já significou uma experiência de compartilhamento. Nesse ponto, problematiza-se a ausência de contato com os corpos vivos de animais e plantas nas práticas pedagógicas em ambiente escolar. Chegamos, assim, a uma ideia de ensino que conjuga conhecimento e sensibilização, importante passo para uma educação não especista.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tomás Veríssimo da Silva Pinto, Universidade Federal do Triângulo Mineiro

Graduando em Ciências Biológicas/UFTM

Referências

AGAMBEN, G. O aberto: o homem e o animal. Trad. Pedro Mendes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.

AMADEU, S.O.; MACIEL, M.D. A dificuldade dos professores de educação básica em implantar o ensino prático de botânica. Rev. Prod. Disc. Educ. Matem., São Paulo, v.3, n.2, pp.225-235, 2014.

COOCIA, Emanuele. A vida das plantas: uma metafísica da mistura. Trad. Fernando Scheibe. Desterro, Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2018.

CORREIA, F. A ilustração científica: “santuário” onde a arte e a ciência comungam. Visualidades, Goiânia v.9 n.2 p. 221-239, jul-dez 2011.

DESCOLAS, P. As lanças do crepúsculo: relações Jivaro na Alta Amazônia. Trad. Dorothée de Bruchard. São Paulo: Cosac & Naify, 2006.

_____________. Estrutura ou sentimento: a relação com o animal na Amazônia. Mana, v.4, n.1, pp.23-45, 1998.

HEIDEGGER, M. Os conceitos fundamentais da metafísica: mundo, finitude, solidão. Rio de Janeiro, Forense Universitária, 2006.

LIMA, J.D.; PEIXOTO, M.A.N. o potencial da ilustração como importante recurso didático a ser integrado na metodologia de ensino de Biologia. Anais do 8ª Jornada Científica e Tecnológica do Instituto Federal do Sul de Minas. Local: Instituto Federal do Sul de Minas, 2016.

MARIN, A.A.; SILVEIRA, E.; MARTIN, S.C. Mulher, matéria animal e indiferença. Itinerarius reflexiones, v.13, n. 2, p.1-21, 2017.

MARIN, A.A. A percepção no logos do mundo estético: contribuições do pensamento de Merleau-Ponty aos estudos de percepção e educação ambiental. Revista interacções, n.11, p.48-66, 2009.

MERLEAU-PONTY, M. Conversas. Trad. Fábio Landa; Eva Landa. São Paulo: Martins Fontes, 2004.

MOURA, N.A; SILVA, J.B. Ensino de Biologia através da ilustração Científica em uma escola do pantanal de Mato Grosso. Ponta Grossa/PR, Revista Conexão/UEPG, v.11, n.3, p.324-331, set./dez. 2015.

MOURA, N.A; SILVA, J.B.; SANTOS, E.C. Ensino de Biologia através da ilustração científica. Revista Temas em Educação, João Pessoa, v.25, n. Especial, p.194-204, 2016.

MUSTOLA, M. Why is a live chicken banned from the kindergarten?: Two lessons learned from teaching posthuman pedagogy to university students. Educational Philosophy and Theory, v.51, n.14, p.1434-1443, 2019.

NEVES, A.; BÜNDCHEN, M.; LISBOA, C.P. Cegueira botânica: é possível superá-la a partir da Educação? Ciênc. Educ., Bauru, v.25, n.3, p.745-762, 2019.

OLIVEIRA, B. Proposta de sequência didática para ressignificar a prática pedagógica do ensino de botânica no ensino médio. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. Dissertação de Mestrado, 2019.

PINCELLI, R. A botânica absurda de Edward Lear. In: Hyperbolic. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/hypercubic/2020/01/a-botanica-absurda-de-edward-lear/. Acessado em 10/04/2022.

ROMANDINI, F. L. A comunidade dos espectros. I. Antropotecnia. Desterro, Florianópolis: Cultura e Barbárie, 2012.

ROSA, A.P.; ZINGANO, E. M. Pré-História: educação para a sobrevivência. UNIASSELVI, Revista Maiêutica, v.1, n.1, 2013.

SILVA, R.M.S.; SILVA, E.S. A Arte, Educação e Formação Humana omnilateral. Maceió: Anais do VII Congresso Nacional de Educação, 2021.

SILVEIRA, E. Mirabile plantae. Desterro, Santa Catarina: Pi Edições, 2022.

SILVEIRA, E.; PIOVEZAN, M. (orgs). Desfazendo invisíveis: um passeio pela antotipia e fitotipia. Florianópolis: Ed.Caseira, 2021.

SINGER, P. Libertação animal. São Paulo: Martins Fontes, 2010.

VIVEIROS DE CASTRO, E. Metafísicas canibais: elementos para uma antropologia pós-estrutural. São Paulo: Cosac & Naify, 2015.

WANDERSEE, J.H.; SCHUSSLER, E.E. Towards a theory of plant blindness. Plant Science Bulletin, v. 47, n. 1, p. 2-9, 2001.

Downloads

Publicado

29-12-2022

Como Citar

da Silva Pinto, T. V., & Marin, A. (2022). Arte e educação com as plantas:: imagens e poesia no ensino de botânica. Revista Cerrados, 31(60), 99–112. https://doi.org/10.26512/cerrados.v31i60.42996

Edição

Seção

Dossiê - Imaginários botânicos

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.