“E como eu não me entenderia com a terra?”

Aspectos da botânica de Henry David Thoreau

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/cerrados.v31i60.43122

Palavras-chave:

Thoreau, botânica, ensaio da natureza

Resumo

Apresentamos neste artigo aspectos de uma botânica romântica thoreauviana. Até o final de sua vida, o escritor era ativo como botânico de campo que levantava dados empíricos sobre a flora da sua região. Ao mesmo tempo, criticou duramente as ciências positivistas e propagava em suas obras um acesso ao mundo vegetal a partir de uma estética panteísta, envolvendo afetividade e espiritualidade. Além disso, se posicionava de forma clara contra o avanço do colonialismo interno e do capitalismo no campo, processo que implicava na instrumentalização e mercantilização da vida em geral. A combinação de pesquisa empírica com sensibilidade estética e posicionamento anticolonial de Henry David Thoreau interessa atualmente mais do que nunca. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Klaus Eggensperger, UFPR

Possui mestrado em Letras pela Universidade Hamburg, Alemanha e doutorado em Linguística pela Universidade Osnabrück, Alemanha. Leitor do DAAD na UFPR entre 1995 e 2002 e professor visitante na Universidade de Dortmund, Alemanha, em 2003. Pós-Doutorado concluído na USP, FFLCH, 2013/2014. Atualmente é professor associado da Universidade Federal do Paraná, atuando na Graduação no Departamento de Letras Estrangeiras Modernas (Área de Inglês) e na Pós-Graduação em Letras como orientador de mestrado e doutorado. Fundador do Grupo de Estudos Ecocríticos GECO na UFPR. Áreas: Ecocrítica, Teoria Estética (Teoria Crítica; Freud), Literaturas de Língua Inglesa, Literatura Alemã.

Referências

ARÁOZ, Horacio Machado. O debate sobre o “extrativismo” em tempos de ressaca: a Natureza americana e a ordem colonial. In: DILGER, G.; LANG, M.; PEREIRA FILHO, J. (org.). Descolonizar o imaginário: debates sobre pós-extrativismo e alter­nativas ao desenvolvimento. Tradução de Igor Ojeda. São Paulo: Fundação Rosa Luxemburgo, 2016, p. 444-468.

EGGENSPERGER, Klaus (ed.). Entre botânicas decoloniais: as frutas silvestres de Henry David Thoreau e frutas brasileiras. Curitiba: Appris, 2021.

FISKIO, Janet. Sauntering across the border: Thoreau, Nabhan, and food politics. In: Louise WESTLING (ed.). The Cambridge Companion to literature and the environment. New York: Cambridge University Press, 2014, p. 136-151.

HIGGINS, Richard. Thoreau and the language of trees. Oakland: University of California Press, 2017.

NABHAN, Gary Paul. Learning the language of fields and forests. In: THOREAU 1993, p. xi-xvii.

MCGREGOR, Robert Kuhn. A wider view of the universe: Henry Thoreau’s study of nature. McFarland & Company, Inc., Publishers, 2017. Edição do Kindle.

NEWMAN, Lance. The literary heritage of the environmental justice movement: landscapes of revolution in transatlantic romanticism. London: Palgrave Macmillan, 2019.

PRIMACK, Richard B. Walden Warming: Climate Change Comes to Thoreau's Woods. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2014. Edição do Kindle.

SAYRE, Robert; Michael LÖWY. Anticapitalismo romântico e natureza: o jardim encantado. Trad. São Paulo: Ed. UNESP, 2021.

SNOW, C.P. As Duas Culturas e uma Segunda Leitura. Trad. Geraldo Gerson de Souza, Renato de Azevedo Rezende Neto. São Paulo: Edusp, 2015.

THOREAU, Henry David. A Year in Thoreau's Journal. Edição do Kindle. Penguin Classics, 1993.

THOREAU, Henry David. Material faith: Thoreau on science. Ed. Laura Dassow WALLS. Boston; New York: Houghton Mifflin, 1999.

THOREAU, Henry David. The Maine woods: a fully annotated edition. Ed. Jeffrey S. Cramer. New Haven; London: Yale UP, 2009.

THOREAU, Henry David. Caminhando. Trad. R. Muggiati. Rio de Janeiro: José Olympio, 2012.

THOREAU, Henry David. Essays: a fully annotated edition. Ed. Jeffrey S. Cramer. New Haven; London: Yale UP, 2013.

THOREAU, Henry David. Thoreau’s Wildflowers. Ed. Geoff Wisner; illustr. Barry Moser. New Haven; London: Yale UP, 2016.

THOREAU, Henry David. Walden. Trad. Denise Bottmann. Porto Alegre: L&PM, 2017a.

THOREAU, Henry David. Thoreau’s Journals. Edição do Kindle. Delphi Classics, 2017b.

THOREAU, Henry David. Maçãs silvestres. Trad. Isabelle Maria Soares. In: EGGENSPERGER 2021, p. 17-43. [THOREAU, 2021a]

THOREAU, Henry David. Mirtilos silvestres. Trad. Luah Kugler. In: EGGENSPERGER 2021, p. 45-74. [THOREAU, 2021b]

WALLS, Laura Dassow. Seeing new worlds: Henry David Thoreau and the nineteenth-century natural science. Madison: The University of Wisconsin Press, 1995.

WALLS, Laura Dassow. Henry David Thoreau: a life. Chicago; London: The University of Chicago Press, 2017.

WALLS, Laura Dassow. The World Soul in American Transcendentalism. In: James WILBERDING (ed.). World Soul: a history. New York: Oxford University Press, 2021, p. 290-313.

Downloads

Publicado

29-12-2022

Como Citar

Eggensperger, K. (2022). “E como eu não me entenderia com a terra?”: Aspectos da botânica de Henry David Thoreau. Revista Cerrados, 31(60), 25–33. https://doi.org/10.26512/cerrados.v31i60.43122

Edição

Seção

Dossiê - Imaginários botânicos

Artigos Semelhantes

<< < 1 2 3 4 5 6 7 8 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.