O tradicional e o moderno em Caetano Veloso

uma análise da canção “Não vou deixar”, do álbum Meu Coco (2021)

Autores

  • Fernando Costa Universidade de São Paulo
  • Camila Rodrigues Universidade de São Paulo (USP)

DOI:

https://doi.org/10.26512/cerrados.v34i67.56990

Palavras-chave:

Caetano Veloso, Música Popular Brasileira, Meu Coco, Tradicional e Moderno

Resumo

Esta pesquisa busca ressaltar as nuances de Caetano Veloso enquanto artista multifacetado e atento às transformações de seu tempo. Embora dialogue com cancionistas recentes da música popular brasileira, o compositor traz suas bases fincadas na tradição da canção construída por João Gilberto, Dorival Caymmi, Tom Jobim, Luiz Gonzaga, Lamartine Babo entre tantos outros. Nosso objetivo é analisar e perceber como o cantor prova estas relações e confluências em seu novo álbum Meu Coco (2021). Em todas as faixas, Caetano presta algum tipo de homenagem às raízes do Brasil, ao seu povo e sua música, sem perder de vista as sugestões rítmicas como traços das novas gerações. Exemplo desta ousada alquimia é a faixa “Não vou deixar”, que traz à baila o pop eletrônico e o trap, sem abandonar a dicção do artista. Neste percurso analítico serão aplicadas as proposições teóricas de Luiz Tatit (2012) para o estudo da canção, bem como o arcabouço social, histórico e cultural já demonstrado por Celso Favaretto (1979), Zuza Homem de Mello (2010) e Guilherme Wisnik (2022).

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Biografia do Autor

Camila Rodrigues, Universidade de São Paulo (USP)

Possui graduação em História (2003), mestrado (2009) e doutorado (2014) em História Social pela Universidade de São Paulo (2009). Participou do estágio de pós-doutorado em História Cultural do Humor (2017) pela Universidade de São Paulo (USP). É autora do livro "Escrevendo a lápis de cor: Infância e História na escritura de Guimarães Rosa" (2021) e tem experiência em artigos e capítulos publicados na área de História, com ênfase em História Cultural, História Social e Teoria da História, atuando principalmente nos seguintes temas: Relações entre História e Literatura enfocando especialmente José Saramago e a historiografia portuguesa no século XX; João Guimarães Rosa a partir das relações entre escrita e oralidade e análise de acervos de escritores por historiadores; História e Humor, com ênfase em Pedro Bloch e o humor das crianças ; História da Infância e da criança, com ênfase em experiências com educação democrática, especialmente as ligadas aos ideários de Walter Benjamin e Janusz Korczak. Participou do Grupo de Estudos sobre cultura FFLCH/USP (2009-2011). Membro do Grupo de Trabalho História da Infância e da Juventude, ANPUH-SP. Membro do Grupo de Pesquisa Trilhas e circuitos do riso no espaço público brasileiro: comediantes, humoristas e pensadores (1880-1960) , da Universidade de São Paulo, cadastrado no Diretório do CNPQ, Mail to: onapomona@gmail.com

Referências

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VELOSO, Caetano. Verdade Tropical. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

WISNIK, Guilherme. Lançar mundo nos mundos: Caetano Veloso e o Brasil. São Paulo: Fósforo, 2022.

Discos

ADRIANA Calcanhotto. Maritmo. Columbia Records, 1998.

CAETANO Veloso. Caetano Veloso. Universal Music, 1968.

CAETANO Veloso. Meu Coco. Sony Music Brasil, 2021.

CAETANO Veloso. Livro. Sony Music Brasil, 1997.

CAETANO Veloso; Gal Costa; Gilberto Gil; Nara Leão; Os Mutantes; Tom Zé. Tropicália ou Panis et Circencis. Universal Music Brasil, 1968.

DJAVAN. Bicho Solto. Epic, 1998.

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JOÃO Gilberto. Chega de Saudade. EMI-Odeon, 1959.

VICENTE Celestino. História da Música Popular Brasileira. Abril Cultural, 1971.

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Publicado

30-04-2025

Como Citar

Costa, F., & Rodrigues, C. (2025). O tradicional e o moderno em Caetano Veloso: uma análise da canção “Não vou deixar”, do álbum Meu Coco (2021). Revista Cerrados, 34(67), 154–162. https://doi.org/10.26512/cerrados.v34i67.56990

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