Em favor de raízes sem diacríticos
Palavras-chave:
diacrítico de raízes, diacrítico de classe, diacrítico de gênero, raízes sem diacríticoResumo
Muitos autores assumem e até propõem que raízes possuem diacríticos para lidar com certas informações gramaticais dependentes das raízes, como classe e gênero (cf. EMBICK; HALLE, 2005; OLTRA-MASSUET, 1999; HARRIS, 1999; ALCÂNTARA, 2010; BASSANI; LUNGUINHO, 2011; entre outros). Entretanto, mesmo com o sistema computacional operando sobre raízes sem diacríticos, os fenômenos que motivam a existência dessas marcações (cf. autores acima) podem ser derivados, como será exemplificado com a marcação de gênero e classe neste squib, marcações comumente estudadas. Em vista disso, nosso objetivo é defender a adiacriticidade das raízes, a partir de fenômenos já explorados na literatura. Para tanto, trazemos algumas evidências que sugerem que raízes não possuem traço de classe, a partir de Acquaviva (2009), e outras evidências relacionadas a gênero, trabalhadas em Resende e Santana (2019). Todas parecem sugerir que introjetar diacríticos nas raízes não só cria um problema teórico como também coloca em xeque a eficiência computacional.
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Referências
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