AMBIENTE DE DESEMPREGO: OS SEM DIREITOS À CIDADE

Autores

  • Aldo Paviani Pesquisador Associado do Depto. de Geografia/IH e do NEUR/CEAM

Palavras-chave:

emprego/desemprego, periferizados urbanos, qualidade de vida, cidadania, Brasília/DF

Resumo

A premissa básica para interligar desemprego, migrações e direito à cidade é o fato de que o desemprego afeta mais pessoas empobrecidas que vivem nas partes menos privilegiadas das grandes cidades do mundo . Essa tríade envolve questões sobre qualidade de vida urbana das populações. Saliente-se que nem sempre o termo periferizado refere-se às distâncias ou afastamento das pessoas de um dado centro. Nas grandes metrópoles brasileiras, há periferizados vivendo em pleno centro da cidade, debaixo de marquises, pontes e viadutos ou ocupando prédios deteriorados. Então, ser periferizado é estar distante dos acessos aos bens e serviços socialmente constituídos, pois o desempregado não sendo um produtor deixa também de consumir. Por isso, o direito à cidade só será efetivo quando a Sociedade conscientizar-se a respeito do papel das forças sociais na conquista do espaço urbano. Nesse caso, cidadania será assumida sem adjetivações do gênero “plena”, “completa” e outros, porquanto não se admite meia cidadania, assim como não se admite meia democracia. O desemprego é face cruel da falta de democracia, pois denota que o trabalho não foi equanimente distribuído para todos, bem assim a cidadania não foi conquista pela totalidade dos urbanitas.

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Publicado

01/21/2022

Como Citar

Paviani, A. (2022). AMBIENTE DE DESEMPREGO: OS SEM DIREITOS À CIDADE. Revista Espaço E Geografia, 10(1), 83–104. Recuperado de https://www.periodicos.unb.br/index.php/espacoegeografia/article/view/39790

Edição

Seção

Artigos