A poética cantada:

investigação das habilidades do repentista nordestino

Autores/as

  • João Miguel Sautchuk

Resumen

O repente ou cantoria é uma arte poético-musical comum no Nordeste do Brasil e caracteriza-se pela improvisação de estrofes, ou seja, pela sua composição no momento da apresentação. Cantando sempre em duplas, ao improvisar versos os repentistas dialogam um com o outro e com os ouvintes. E colocam-se em relação com modelos estéticos incorporados, como as regras poéticas, os padrões melódicos e harmônicos, os moldes rítmicos da poesia, as temáticas usuais etc., a partir dos quais devem criar textos originais. No improviso, o cantador guia-se por esses modelos estéticos, dentre os quais ressalto como o principal fundamento prático do repente o ritmo poético incorporado por esses poetas.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

AYALA, Maria Ignez Novais (1988). No arranco do grito: aspectos da cantoria nordestina. São Paulo: Ática.

CROOK, Larry (2005). Brazilian music: Northeastern traditions and hertbeat of a modern nation. Santa Barbara/Denver: Oxford/ABC-Clio.

DÃAZ-PIMIENTA, Alexis (2001). Teoría de la improvisación: primeras páginas para el estudio del repentismo. Habana: Unión de Escritores y Artistas de Cuba.

EGAÑA, Andoni (2005). “The process of improvised bertsoak”. In: ARMISTEAD, Samuel e ZULAIAKA, Joseba (orgs.) Voicing the moment: improvised oral poetry and basque tradition. Reno: University of Nevada. p. 323-40.

GONÇALVES, Marco Antonio (2007). “Cordel híbrido, contemporâneo e cosmopolita”. Textos escolhidos de cultura e arte populares. v. 4, n. 1, p. 21-38.

JAKOBSON, Roman (1966). “Grammatical parallelism and its Russian facet”. Language. v. 42, n. 2. p. 399-429.

______ (1975). Lingüística e comunicação. São Paulo: Cultrix.

KUBIK, Gerhard (1979). “Pattern perception and recognition in African music”. In: BLACKING, John e KEALIINOHOMOKU, Joann (orgs.). Performing arts: music and dance. The Hague: Mouton. p. 221-49.

LORD, Albert Bates. (2000). The singer of the tales. Cambridge: Harvard University Press.

MAGRINI, Tullia (1998). “Improvisation and group interaction in Italian lyrical singing”. In: NETTL, Bruno e RUSSELL, Melinda Russell (orgs.). In the course of performance: studies in the musical improvisation. Chicago/University of Chicago Press. p. 169-98.

NETTL, Bruno (1974). “Thoughts on improvisation: a comparative approach”. The musical quarterly. v. 60, n. 1. p. 1-19.

______ (1998). “Introduction: an art neglect in scholarship”. In: NETTL, Bruno Nettl e RUSSELL, Melinda (orgs.). In the course of performance: studies in the musical improvisation. Chicago/ University of Chicago Press. p. 1-23.

OLIVEIRA, Luciano Py de (1999). A música na cantoria em Campina Grande (PB): estilo musical dos principais gêneros poéticos. (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal da Bahia, Escola de Música, Salvador.

RAMALHO, Elba Braga (2000). Cantoria nordestina: música e palavra. São Paulo: Terceira Margem.

______ (2001). Cantoria nordestina: proposta de um novo enredo para o metro cantado. Tese apresentada em concurso para Professor Titular. Universidade Estadual do Ceará, Centro de Humanidades, Fortaleza.

SUTTON, R. Anderson (1998). “Do Javanese gamelan musicians really improvise?” In: NETTL, Bruno e RUSSELL, Melinda (orgs.). In the course of performance: studies in the musical improvisation. Chicago/ University of Chicago Press. p. 69-92.

SAUTCHUK, João Miguel (2009). A poética do improviso: prática e habilidade no repente nordestino. Tese. Universidade de Brasília, Brasília.

TAMBIAH, Stanley Jeyaraja (1985). “A performative approach to ritual”. In: Culture, thought and social action. Cambridge/Harvard University Press. p. 123-66.

TRAVASSOS, Elisabeth (1989). “Melodias para a improvisação poética no Nordeste: toadas de sextilhas segundo a apreciação dos cantadores”. Revista brasileira de música. n. XVIII, p. 115-29.

WATEAU, Fabienne (2005). “Défi s esthétiques et défi s ordinaires, essai d’interprétation de joutes verbales et ritualisées au Portugal”. Ethnographiques.org 7 Disponível em: <http://www.ethnographiques.org/2005/Wateau.html> Acesso em: 6 abr 2007.

WHITE, Linda (2005). “Formulas in the mind: a preliminary examination to determine if oral formulaic theory may be applied to the Basque case”. In: ARMISTEAD, Samuel e ZULAIAKA (orgs.) Voicing the moment: improvised oral poetry and Basque tradition. Reno/University of Nevada, Center for Basque Studies. p. 265-80.

ZÉ MARIA DE FORTALEZA (José Maria do Nascimento). (s.d.) Curso prático de literatura de cordel. Manuscrito.

Publicado

2010-12-20

Cómo citar

Sautchuk, J. M. (2010). A poética cantada:: investigação das habilidades do repentista nordestino. Estudos De Literatura Brasileira Contemporânea, (35), 167–182. Recuperado a partir de https://www.periodicos.unb.br/index.php/estudos/article/view/9660

Número

Sección

Sección Tema Libre