O projeto-padrão para escolas Art Déco no Rio Grande do Sul (1930-1950)
DOI:
https://doi.org/10.18830/1679-09442025v18e57025Palavras-chave:
Escola pública, Art Déco, Arquitetura escolar, Nacionalização, Política culturalResumo
As escolas de projeto-padrão Art Déco, no Rio Grande do Sul, idealizadas durante o governo de Getúlio Vargas, entre 1930 e 1945, fazem parte de um cenário histórico-cultural que, através da edificação e do método de ensino, tinha a intenção de moldar e controlar a sociedade riograndense. Por meio de pesquisa bibliográfica, documental, visitas e análise de projeto dessas instituições de ensino, esse trabalho tem o objetivo de expor o contexto histórico e político dessa época, de forma a esclarecer o vínculo entre a arquitetura escolar e os princípios administrativos do Estado. Como resultado dessa pesquisa, foram identificadas 39 escolas com projeto-padrão Art Déco no Rio Grande do Sul, planejadas pelo engenheiro João Baptista Pianca, que consolidaram a relação entre uma nova linguagem de arquitetura, um novo método de ensino e uma política de governo. Essa pesquisa relaciona a arquitetura enquanto ação social, vinculando programa, partido e estilo arquitetônico com as demandas socioculturais, atribuídas pelo próprio Estado. Problematiza-se e enfatiza-se a discussão sobre a linguagem Art Déco, política e edificações públicas, culminando na conformação das escolas de projeto-padrão do Rio Grande do Sul.
Downloads
Referências
AZEVEDO, Giselle A. N.; BASTOS, Leopoldo E. G.; BLOWER, Hélide S. Escolas de ontem, educação hoje: é possível atualizar usos em projetos padronizados?. Cadernos Proarq: Revista do Programa de Pós-graduação em Arquitetura da UFRJ, Rio de Janeiro, n. 11, p. 59-66, 2007.
BARRADAS-FERNANDES, Noemia. Arquitetura e educação: ideologia e representação. In: SEMINÁRIO DOCOMOMO BRASIL, 8., 2009, Rio de Janeiro. Anais [...]. Rio de Janeiro/RJ: Docomomo, 2009. Disponível em: https://docomomobrasil.com/wp-content/uploads/2016/01/040-1.pdf. Acesso em: 22 set. 2025.
CABRAL, Lisiê Kremer. Arquitetura Art Déco nas escolas do Rio Grande do Sul no período do Estado Novo (1930-1950). 2020. 207 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2020. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6664. Acesso em: 22 set. 2025.
CABRAL, Lisiê Kremer; CORDEIRO, José Henrique Carlucio. Escuelas estándar Art Deco en Rio Grande do Sul: relación entre arquitectura, educación y política. Arquitecturas del Sur, v. 40, n. 62, p. 24–39. 2022. DOI: https://doi.org/10.22320/07196466.2022.40.062.02. Acesso em: 22 set. 2025.
CAVALCANTI, Lauro. As preocupações do Belo. Rio de Janeiro: Taurus, 1995.
CHAVES, Celma. Arquitetura, modernização e política entre 1930 e 1945 na cidade de Belém. Arquitextos, São Paulo, ano 8, n. 094.06, mar. 2008. Disponível em: https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/08.094/161. Acesso em: 22 set. 2025.
CORRÊA, Maria E. P.; MELLO, Mirela G.; NEVES Helia M. V. Arquitetura escolar paulista: 1890-1920. São Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE); Diretoria de Obras e Serviços, 1991.
CORREIA, Telma B. O Art Déco na arquitetura brasileira. Revista da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, ano XII, n. 8, Dossiê Art Déco, p. 14-18, jul. 2010. Disponível em: https://revistas.ufg.br/revistaufg/article/view/48295. Acesso em: 22 set. 2025.
CORSETTI, Berenice. Cultura política positivista e educação no Rio Grande do Sul/Brasil (1889/1930). Revista Cadernos de Educação, Pelotas, n. 31, p. 55-69, jul./ dez. 2008. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/index.php/caduc/article/view/1740. Acesso em: 22 set. 2025.
DÓREA. Célia R. D. Anísio Teixeira e a arquitetura escolar: planejando escolas, construindo sonhos. Revista da FAEEBA, Salvador, n. 13, p. 151-160, jan./ jun. 2000. Disponível em: https://www.revistas.uneb.br/faeeba/issue/view/234. Acesso em: 22 set. 2025.
DÓREA. Célia R. D. As Escolas Anisianas no Rio de Janeiro (1931-1935): a arquitetura a serviço da educação. In: CONGRESSO BRASILEIRO DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO, 3., 2004, Curitiba. Anais [...]. Curitiba/PR, 2004.
ERMEL, Tatiane F. Arquitetura escolar e patrimônio histórico-educativo: os edifícios para a escola primária pública no Rio Grande do Sul (1907-1928). 2017. 343 f. Tese (Doutorado em Educação) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. Disponível em: https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7337. Acesso em: 22 set. 2025.
FARIA FILHO, Luciano M. O espaço escolar como objeto da história da educação: algumas reflexões. Revista da Faculdade de Educação, São Paulo, v. 24, n. 1, jan. 1998. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-25551998000100010. Acesso em: 22 set. 2025.
GUTIÉRREZ, Ramón. Arquitectura y urbanismo en Iberoamérica. Madri: Cátedra, Grupo Anaya, S.A., 2005.
KOWALTOWSKI, Doris C. C. K. Arquitetura escolar: o projeto do ambiente de ensino. [1ª reimpressão]. São Paulo: Oficina de Textos, 2013.
LOURO, Guacira L. História, educação e sociedade no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Educação e Realidade, 1986. (Cadernos de Educação e Realidade, 1).
LUCHESE, Terciane A. Institucionalização dos colégios elementares do Rio Grande do Sul (1909-1927): ‘novo’ modelo de escola primária?. Revista Intersaberes, v. 11, n. 22, p. 45-63, 2016. DOI: https://doi.org/10.22169/revint.v11i22.1002. Acesso em: 22 set. 2025.
MANZO, Rafael. A arquitetura na construção da imagem do Estado Getulista: Rio de Janeiro, 1930/1945. 2011. 302 f. Tese (Doutorado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo, 2011. Disponível em: http://dspace.mackenzie.br/handle/10899/25836. Acesso em: 22 set. 2025.
OLIVEIRA, Fabiana V. Arquitetura escolar paulista nos anos 30. 2007. 140 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.11606/D.16.2007.tde-20052010-152808. Acesso em: 22 set. 2025.
PÁSCOA, Olívia N. F. A qualidade do lugar em escola pública padronizada do Rio de Janeiro. Estudo de caso: escola Tia Ciata. 2008. 213 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
PY. Aurélio S. A 5ª coluna no Brasil – A conspiração nazi no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1942.
QUINCY, Antoine C. Q. Dizionario storico di architettura: le voci teoriche. [A cura di Valeria Farinati e Georges Teyssot]. Veneza: Marsilio Editori, 1992.
REZENDE, Vera F. (org.). Urbanismo na Era Vargas: a transformação das cidades brasileiras. Niterói: Editora UFF; Intertexto, 2012.
RIO DE JANEIRO. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Art Deco no Rio de Janeiro. 3. ed. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2001. (Coleção Guias da Arquitetura no Rio de Janeiro).
ROITER, Márcio. Rio de Janeiro Art Déco. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2011.
RS – RIO GRANDE DO SUL. Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul. Relatório de 10/02/1939, apresentado ao Secretário de Educação e Saúde Pública J. P. Coelho de Souza, pelo diretor da seção administrativa encarregado dos serviços atinentes a nacionalização do ensino. Porto Alegre, 1939.
SCHWARTZMAN, Simon. Estado Novo, um auto-retrato. [Arquivo Gustavo Capanema]. Distrito Federal: Universidade de Brasília, 1982.
SEGAWA, Hugo. Arquiteturas no Brasil 1900-1990. São Paulo: EDUSP, 2018.
SILVA, Daniele H. A política de Getúlio Vargas e as escolas primárias de Santa Catarina (1930-1945) Revista Grifos, v. 25, n. 40, p. 144–171, 2016. DOI: https://doi.org/10.22295/grifos.v25i40.3360. Acesso em: 22 set. 2025.
SILVEIRA, Junior, Antônio P. Referência, mídia e projeto: compreendendo a estética da arquitetura protomodernista em Pelotas-RS. 2012. 410 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo) – Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2012. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/5161. Acesso em: 22 set. 2025.
SOUZA, J. P. C. Livro Denúncia. Porto Alegre: Thurmann, 1941.
TEDESCHI, Enrico. Teoría de la arquitectura. Buenos Aires: Nueva Visión, 1978.
VALDEMARIN, Vera T. História dos métodos e materiais de ensino: a escola nova e seus modos de uso. São Paulo: Cortez, 2010.
VIANA, Alice O. A persistência dos rastros: manifestações do Art Déco na arquitetura de Florianópolis. Santa Catarina: UDESC, 2011.
WAISMAN, Marina. La estrutura histórica del entorno. 3. ed. Buenos Aires: Nueva Visión, 1985.
WEIMER, Günter. Arquitetos e construtores no RS 1892-1945. Santa Maria: UFSM, 2004.
WEIMER. Günter. A vida cultural e a arquitetura na República Velha rio-grandense (1889-1945). Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.
WERLE, Bibiana. A campanha de nacionalização e sua memória no alto do Taquari (RS). 2014. 178 f. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/88346. Acesso em: 22 set. 2025.
WOLFF, Silvia F. S. As escolas públicas paulistas da Primeira República e seus arquitetos. PosFAUUSP, São Paulo, n. 4, p. 91-106. 1993. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2317-2762.v0i4p91-106. Acesso em: 22 set. 2025.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Paranoá

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).









