Tunga e a Escola de Arquitetura de Valparaíso nos anos 1960-70

Ato Poético como prática

Resumo

Tunga (1952–2016), nome de Antônio José de Barros Carvalho e Mello Mourão, é uma figura marcante na arte contemporânea. Mesmo amplamente reconhecido, aspectos biográficos, como suas experiências em Arquitetura nas décadas de 1960 e 1970, permanecem ainda pouco explorados. Sendo assim, este trabalho busca compreender as vivências iniciais do artista, em especial aquelas que envolvem o seu contato com a Escola de Arquitetura de Valparaíso e os “Atos Poéticos”, evidenciando como – para Tunga e para a escola – poesia, arquitetura e artes visuais convergem em práticas poéticas. Práticas que se materializam em palavras, em instalações e em diversos atos, sobretudo coletivos que irrompem a vida através da poesia. A investigação, desse modo, oferece uma nova perspectiva para a compreensão da obra de Tunga, ressaltando como experiências pedagógicas transnacionais entre Brasil e Chile, tidas naquele momento e através de interlocuções mantidas, enriqueceram sua prática poética. A pesquisa, por sua vez, fundamenta-se em um referencial teórico-metodológico que privilegia dimensões biográficas e de arquivo, destacando a “biografia intelectual” de François Dosse e o conceito de “biografema” de Roland Barthes. O corpus da pesquisa é composto por um diversificado conjunto de fontes provenientes tanto do arquivo do Instituto Tunga quanto do arquivo da Escola de Arquitetura e Design da PUCV.