Escravidão no Recôncavo Baiano. Memória e resistência de mulheres negras no Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26512/patryter.v8i16.55684

Palavras-chave:

Irmandade da Boa Morte; Bahia; escravidão; memória negra; patrimônio-territorial.

Resumo

Esse artigo, sustentado nos parâmetros metodológicos da Geografia Histórica, propõe uma análise da estrutura espacial pretérita do Recôncavo baiano, com foco na cidade de Cachoeira. Apoia-se em documentação histórica para revelar as funções e a constituição das pessoas escravizadas na região. Faz uma abordagem diacrônica (dimensão comparativa, a partir da análise da formação territorial e da identificação de transformações e permanências da Irmandade da Boa Morte, do grupo ao qual elas pertencem e do próprio espaço Cachoeirano, com mais de dois séculos de intervalo temporal) com uso de cartografia e iconografia histórica, além de cartogramas e paisagens contemporâneas que indiquem pistas do processo de formação territorial baseadas na interpretação de elementos que guardam alguma imanência têmporo-espacial. Como síntese, apresenta e problematiza a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, uma confraria secular formada por mulheres negras, como uma expressão do patrimônio-territorial do sujeito situado.

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Biografia do Autor

Adriano Bittencourt Andrade, Instituto Federal de São Paulo, IFSP, Sao Paulo, Brasil

Professor doutor do curso de Geografia do IFSP

Gabriela Lima Andrade, Universidade de Girona, UdG, Girona, Espanha

Mestra em Direito pela UdG

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Publicado

16-05-2025

Como Citar

Andrade, A. B., & Andrade, G. L. (2025). Escravidão no Recôncavo Baiano. Memória e resistência de mulheres negras no Brasil. PatryTer, 8(16), 01–16. https://doi.org/10.26512/patryter.v8i16.55684

Edição

Seção

Artigos