Escravidão no Recôncavo Baiano. Memória e resistência de mulheres negras no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.26512/patryter.v8i16.55684Palavras-chave:
Irmandade da Boa Morte; Bahia; escravidão; memória negra; patrimônio-territorial.Resumo
Esse artigo, sustentado nos parâmetros metodológicos da Geografia Histórica, propõe uma análise da estrutura espacial pretérita do Recôncavo baiano, com foco na cidade de Cachoeira. Apoia-se em documentação histórica para revelar as funções e a constituição das pessoas escravizadas na região. Faz uma abordagem diacrônica (dimensão comparativa, a partir da análise da formação territorial e da identificação de transformações e permanências da Irmandade da Boa Morte, do grupo ao qual elas pertencem e do próprio espaço Cachoeirano, com mais de dois séculos de intervalo temporal) com uso de cartografia e iconografia histórica, além de cartogramas e paisagens contemporâneas que indiquem pistas do processo de formação territorial baseadas na interpretação de elementos que guardam alguma imanência têmporo-espacial. Como síntese, apresenta e problematiza a Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, uma confraria secular formada por mulheres negras, como uma expressão do patrimônio-territorial do sujeito situado.
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