Quilombolas, Indígenas & Violências

segredos, silêncios e conversas sobre crimes

Autores

  • Jane Felipe Beltrão Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFPA

DOI:

https://doi.org/10.26512/insurgncia.v1i2.18878

Palavras-chave:

Quilombolas. Indígenas. Situações de violência. Direi- tos diferenciados.

Resumo

No Pará, como em geral na Amazônia, a reivindicação por reconhecimento de direitos integra a agenda de quilombolas e povos indígenas, considerando que hoje, como ontem, os direitos continuam a ser desrespeitados, mal grado a agência dos povos tradicionais. Cotidianamente, registram-se as situações de violência criminosa que consistem em violações e violência de gênero perpetrada contra mulheres étnica e racialmente diferenciadas. Traz-se a público o relato de duas mulheres que “pagam com o corpo”, visto que estupradas, pelo o fato de não se garantir direitos diferenciados.

Biografia do Autor

Jane Felipe Beltrão, Programa de Pós-Graduação em Antropologia/UFPA

Mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília (UnB) e doutora em História pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Docente associado, exercendo atividades junto a Universidade Federal do Pará (UFPA) lotada no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas com atuação nos programas de pós-graduação em Antropologia e em Direito. Vice-presidente da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) biênio 2015/2016. Forma e orienta novos profissionais nas áreas de Antropologia, Direito e Saúde dentro de perspectiva interdisciplinar. Coordena projetos de pesquisa de faces interdisciplinares e ênfase nas áreas de Antropologia, História e Direito, entre povos tradicionais indígenas e não indígenas, dialogando a partir do campo da educação, da saúde e dos direitos diferenciados, com os necessários recortes de gênero e etnicidade, de educação e cidadania e, particularmente, de direitos humanos e étnicos. Trabalha com outros profissionais com quem publica sistematicamente, inclusive, textos didáticos para utilização em cursos de formação de professores e no quotidiano escolar. Trabalha com patrimônio histórico e antropológico com ênfase em coleções etnográficas e na elaboração de vistorias e laudos antropológicos.

Referências

BELTRÃO, Jane Felipe. Corpo Presente: representações de saúde entre quilombolas e políticas públicas. Belém, UFPA, Chamada: Edital MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT 26/2006. Processo No. 409794/2006-
6, 2010. (Inédito)
_____. Indígenas e quilombolas mulheres em situação de violência: diversidade sociocultural, Direitos Humanos e Políticas Públicas na Amazônia ”“Chamada MCTI/CNPq/SPM-PR/MDA No. 32/2012, processo No. 405039/2012-3, 2012. (Inédito)
_____. Antropologias em Histórias Tembé/Tenetehara “em suspenso”. Pertenças ocultas e “etnogêneses” identitárias como faces de etnocídio “cordial” no rio Guamá (PA) Edital: Universal 14/2013 - Faixa
C - até R$ 120.000,00. Processo: No. 472303/2013-9, 2013. (Inédito)
_____. Pertenças ocultas e “etnogêneses” identitárias como faces de etnocídio “cordial”. Antropologias & Histórias “em suspenso” entre os Tembé/Tenetehara no Rio Guamá. (Proposta associada à bolsa
de produtividade em pesquisa (nível 1C) do CNPq). Processo: No. 303027/2013-4/CNPq, 2014. (Inédito)
BELTRÃO, Jane Felipe; SCHAAN, Denise P.; SOUZA LIMA, Antonio Carlos de. Patrimônio, Diversidade Sociocultural, Direitos Humanos e Políticas Públicas na Amazônia Contemporânea ”“ Chamada CT - AÇÃO TRANSVERSAL / Chamada Pública MCT/CNPq/MEC/CAPES - Ação Transversal no 06/2011 - Casadinho/Procad, processo No 552279/2011-0, 2011. (Inédito)
_____; LIBARDI de SOUZA, Estella; MASTOP-LIMA, Luiza de Nazaré; FERNANDES, Rosani de Fatima. Povos indígenas, narrativas e possibilidades de diálogo frente ao ‘humanismo’ etnocêntrico. In: CANCELA, Cristina Donza; MOUTINHO, Laura; SIMÕES, Júlio (Orgs.). Raça, etnicidade, sexualidade e gênero em perspectiva comparada. São Paulo, Terceiro Nome, p. 145-161, 2014.
BORGES, Luiz C. “As Línguas Gerais e a Companhia de Jesus: política e milenarismo.” In:Cadernos de Estudos Linguísticos. Campinas (SP), v.46, n.2, jul.-dez. 2004, p.171-194.
CARDOSO DE OLIVEIRA, Roberto. “A Noção de “Colonialismo Interno” na Etnologia” In: A Sociologia do Brasil Indígena. São Paulo: EdUSP, p. 77-83, 1972.
FONSECA, Claudia. Caminhos da adoção. São Paulo: Cortez, 1995.
_____. Família, fofoca e honra. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2000.
_____. Lucro, cuidado e parentesco Traçando os limites do tráfico? de crianças. In: Civitas: Revista de Ciências Sociais, v. 13, p. 259-269, 2013.
DUTRA, Maria Zuíla Lima. Meninas Domésticas, Infâncias Destruídas: legislação e realidade social.São Paulo: LTr, 2007 .
_____. O intolerável trabalho infanto-juvenil doméstico e a inviolabilidade do lar. In: NOCCHI, Andréa Saint Pastous; VELLOSO, Gabriel Napoleão Velloso; FAVA, Marcos Neves. (Orgs.). Criança, adoles-
cente, trabalho São Paulo: LTr, p. 193-209, 2010a.
_____. Trabalho Infantil Doméstico: Até Quando? In: Revista da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 15a Região, v. 1, p.186-201, 2010b.
MOREIRA NETO, Carlos Araújo. Índios da Amazônia: de maioria a minoria (1750-1850). Petrópolis (RJ): Vozes, 1988.
MOTTA-MAUÉS, Maria Angélica. Na casa da mãe/ na casa do pai: anotações (de uma antropóloga & avó) em torno da circulação de crianças. In: Revista de Antropologia (USP), São Paulo, 47 (2), p. 427-
452, 2004.
_____. Uma mãe leva a outra (?): práticas informais (mas nem tanto) de “circulação de crianças” na Amazônia. In: MAUÉS, Raymundo Heraldo; MACIEL, Maria Eunice (Orgs.). Diálogos Antropológicos: diversidades, patrimônios, memórias. Belém: L&A Editora, p. 285-315, 2012a.
_____.Uma Mãe Leva a Outra (?): Práticas informais (mas nem tanto) de “circulação de crianças” na Amazônia. In: Scripta Nova (Barcelona), v. XVI, p. 1-22, 2012b.
MOTTA-MAUÉS, M. A.; IGREJA, Daniele G. L. ; DANTAS, L. M. S. De Casa em Casa, de Rua em Rua... Na cidade: circulação de crianças?, hierarquias e espaços sociais. In: Antropolítica (UFF), v. 26, p. 63-82, 2009.
PACHECO DE OLIVEIRA, João. Metáforas naturalizantes e violência interétnica na Amazônia contemporânea: memórias do terror e instrumentos da etnografia. In: RODRIGUES, Lea Carvalho; SILVA,
Isabelle Braz Peixoto da. Saberes locais, experiências transnacionais: interfaces do fazer antropológico. Fortaleza: ABA publicações, p.73-92, 2014.
SARTI, Cynthia A. A família como espelho. Um estudo sobre a moral dos pobres. São Paulo, Autores Associados, 1996.
SCHUCH, Patrice, RIBEIRO, F. B.; FONSECA, Claudia. Infâncias e Crianças: saberes, tecnologias e práticas. In: Civitas: Revista de Ciências Sociais. v. 13, p. 205-220, 2013.
SMITH, Andrea. “A violência sexual como ferramenta de genocídio” In:Espaço Ameríndio Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 195-230, jan./jun. 2014.
SMITH, Andreza; BELTRÃO, Jane Felipe. 2014. “Mulheres, corpos e flores na rota entre Belém (Brasil) e Paramaribo (Suriname)” In: CANCELA, Cristina Donza; MOUTINHO, Laura; SIMÕES, Júlio. Raça, etnicidade, sexualidade e gênero em perspectiva comparada. São Paulo, Editora Terceiro Nome, p. 253-267, 2014.
SOUZA LIMA, Antonio Carlos de. Um grande cerco de Paz: poder tutelar, indianidade e formação do Estado no Brasil. Petrópolis, Vozes 1995.
VITO, Daniela de, GILL, Aisha; SHORT, Damien. A tipificação do estupro como genocídio In: SUR Revista Internacional de Direitos Humanos. 6 (10), p. 29-51, jun. 2009. Disponível em: http://www.surjournal.
org/eng/index.php.

Downloads

Publicado

31.10.2016

Como Citar

BELTRÃO, Jane Felipe. Quilombolas, Indígenas & Violências: segredos, silêncios e conversas sobre crimes. InSURgência: revista de direitos e movimentos sociais, Brasília, v. 1, n. 2, p. 64–81, 2016. DOI: 10.26512/insurgncia.v1i2.18878. Disponível em: https://www.periodicos.unb.br/index.php/insurgencia/article/view/18878. Acesso em: 20 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.