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  • Arte da Capa:  Nicólly Ayres

    Museologias, Coleções e Arqueologias
    Vol. 12 No. 24 (2023)

    A relação entre Arqueologia e Museologia é de longa data, tendo sido os museus o palco das primeiras pesquisas arqueológicas. Essa trajetória nos legou coleções e instituições marcadas pela colonialidade, bem como uma estratigrafia de abandono da Arqueologia no âmbito das instituições museológicas. Da mesma forma, evidenciam-se descompassos na legislação patrimonial. Não obstante, na contemporaneidade observa-se a ampliação significativa das abordagens museológico-curatoriais dessas coleções, bem como das reflexões acadêmicas. Emergem desse esgarçamento, ao mesmo tempo epistêmico e aplicado, desafios e descompassos a serem equacionados.

    Os processos de musealização de coleções arqueológicas deslocam e enquadram materialidades por meio de rotinas de classificação, normatização e conservação, apresentando-as ao público a partir de discursos expositivos e educativos, compondo um campo específico de estudo e intervenção. No compasso desses processos observa-se a emergência de questionamentos éticos, políticos e epistêmicos de tais enquadramentos, bem como de práticas que têm evidenciado um movimento em direção à interdisciplinaridade e à interculturalidade no tratamento dos acervos.

    O Dossiê  integra reflexões sobre as novas éticas, teorias e práticas museológicas no tratamento de coleções arqueológicas, custodiadas ou não em museus e instituições de guarda. Em especial, centenas de pesquisas realizadas no âmbito do licenciamento de empreendimentos diversos têm trazido desafios de monta e diversos estudos no âmbito da Musealização da Arqueologia, os quais interessam a esse dossiê. Da mesma forma, a musealização de sítios arqueológicos, em suas dimensões curatoriais, colaborativas e educativas, compõe o campo da proposta. Os trânsitos, diásporas e êxodos das coleções de seus territórios e coletivos, bem como as novas políticas de restituição e repatriação, também estão no cerne do debate proposto.

    Prof.ª Dra. Camila A. de Moraes Wichers (UFG)

    Prof. Dr. Diego Lemos Ribeiro (UFPEL)

    Prof.ª Dra. Maria Cristina Oliveira Bruno (USP)

    Organizadoras/es do Dossiê

  • Título da obra: Para não esquecer quem somos. Autor Nelson Fernando Inocencio da Silva

    Museu e Patrimônio das culturas afrodiaspóricas
    Vol. 11 No. 22 (2022)

    O presente Dossiê tem como objetivo reunir artigos  multidisciplinares que reflitam os processos de musealização e patrimonialização de culturas negras. Ao causar  estranheza, os corpos e objetos de origem africana sempre tiveram lugar nos acervos de colecionadores europeus, dando ideia da existência “dos outros”. Transferidos posteriormente para os museus, eles foram classificados como exóticos e bizarros colaborando com a pavimentação de uma história humana hierarquizada e que ajudou a justificar o colonialismo, o escravismo e o racismo. Assim, os bens patrimoniais de origem africana e de sua diáspora forçada foram apagados, invisibilizados e reduzidos a uma ressignificação da escravização que teve como auge a miscigenação e a construção do  “mito da democracia racial” brasileira. Mas nas últimas décadas, por conta da força do movimento social negro cobrando o cumprimento dos marcos legais internacionais antirracistas, as ações afirmativas alteraram esse panorama forçando a releitura da representação e apresentação de objetos afro-brasileiros nas instituições museológicas de cunho tradicional e, por outro lado registrando o surgimento de diversificadas experimentações museológicas que se detêm “na utilização do poder da memória, do patrimônio e do museu a favor das comunidades populares, dos povos indígenas, negros e quilombolas e dos movimentos sociais” (Chagas e Gouveia,2014:17). Portanto este Dossiê pretende unir pesquisadores em torno do papel da preservação da memória e do patrimônio das culturas negras como estratégia política de combate ao racismo e de promoção da igualdade racial.

  • Título: Entidade Maré Autor(a): Matheus Affonso Museu/Local: Maré

    Dossiê: Museus e Museologia LGBT+
    Vol. 11 No. 21 (2022)

    Na última década, paradigmas identitários dissidentes passaram a questionar a matriz heterossexual hegemônica nos museus e no debate museológico. Neste cenário, valendo-se da sigla vigente no escopo das políticas públicas brasileiras, emerge uma Museologia LGBT, então interessada na superação das fobias à diversidade sexual no campo em que se aplica. Com a afirmação, problematização e análise das múltiplas identidades existentes por de trás da sigla LGBT, amplia-se o debate sobre a memória, patrimônio, salvaguarda e sentidos da manutenção de suas referências materiais e simbólicas. Assim, novas abordagens teóricas relacionadas a políticas públicas, direitos humanos, teoria Queer e interseccionalidade (gênero, identidade de gênero, orientação sexual, cor/raça e classe), bem como práticas inovadoras expressas na criação de museus com perfil específico, estudos de musealização de acervos representativos da comunidade LGBT, releituras de acervos musealizados, promoção de memórias marginalizadas, agremiações intelectuais em rede, entre outras possibilidades, demonstram a potencialidade e os limites do tema e sua ampla diversidade de atuação. Neste sentido, o presente dossiê pretende reunir autorias interessadas neste debate, de modo a ilustrar e aprofundar um pensamento crítico sobre a relação entre museus, Museologia e população LGBT.

  • Tema: Inclus-olhar. Vinícius de Moraes Monção, 2021

    Inclusão em Museus e Diversidade: entre conceitos e práticas.
    Vol. 10 No. 20 (2021)

    A organização do Dossiê “INCLUSÃO EM MUSEUS e DIVERSIDADE: CONCEITOS, POLITICAS E PRÁTICAS” tem como objetivo levar aos leitores o conhecimento sobre as políticas públicas voltadas para segmentos notadamente invisibilizados na sociedade brasileira, assim como estimular a reflexão sobre as concepções que devem fundamentar as ações e programas de caráter inclusivo nos museus e instituições culturais com foco na Educação e Comunicação para a valorização da diversidade.

     

  • MIS Experience - instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo Foto: Carmen Silva - dez/2019 Exposição “Leonardo da Vinci - 500 anos de um gênio”, realizada no MIS Experience, novo espaço do Museu da Imagem e do Som.

    Museologia e Cultura digital
    Vol. 10 No. Especial (2021)

    A proposta do Dossiê Museologia e Cultura Digital é reunir pesquisas, análises sobre o uso, desenvolvimento, história e aplicação do virtual e das tecnologias digitais da informação e comunicação (TDIC) em espaços culturais e museológicos.  São pertinentes temas  e discussões sobre:  o virtual, o digital, e a hiperconexão em rede e interfaces com museus e patrimônio, a acessibilidade e usabilidade  propondo reflexões sobre  subjetividades, sociabilidades e relações de poder nesses espaços.

    A intenção é disponibilizar um panorama sobre as formas e possibilidades de uso desses recursos para o enriquecimento dos espaços de cultura, bem como discutir as implicações e consequências desse uso em termos de sustentabilidade e recepção dessas experiências, elucidando as condições materiais e contextos sociais em que essas tecnologias são produzidas e aplicadas. Além disso, busca-se entender como elas estão afetando os saberes, os usos e as práticas em ambientes museais e de vivência do patrimônio, on-line ou off-line.

    Serão bem-vindas as investigações com explorações teóricas, críticas e empíricas, agregando trabalhos em campos de estudos como das humanidades digitais, ciências da informação, história e crítica da arte, filologia com abordagens e discussões que atrelem o uso das Tecnologias Digitais da Informação e da Comunicação (TDIC) aos seus impactos sociais por meio de perspectivas da teoria crítica e pós- colonialista, em contextos globais e regionais. Acolheremos ainda questões relativas à democratização e regulamentação deste campo e, mais especificamente, às transformações que podem ocorrer nos processos museológicos e na interação com a sociedade, inclusive diante dos desafios contemporâneos que impõem repensar práticas e conhecimentos. Poderão ser descritas pesquisas sobre o virtual, o digital, a videoarte, a arte digital, o vídeo mapping, digitalização de acervos, estudos e práticas em Realidade Virtual, Realidade Aumentada ou games, Inteligência Artificial, tratamento e preservação de acervos nato digitais, exposições imersivas em ambientes 2D e 3D, virtualização do patrimônio cultural, experiências de curadoria compartilhada on-line, museus digitais, plataformas digitais para divulgação e preservação cultural, desenvolvimento de apps e outros produtos característicos do uso das tecnologias digitais da informação e comunicação nos espaços culturais, assim como temas atrelados a Big Data, hiperexpansão da memória e outras experiências digitais do patrimônio como  os cibermuseus ou museus digitais, ativismo digital, diáspora digital etc. Entendemos que, assim, o dossiê acolherá reflexões e problematizações epistemológicas, transdisciplinares, na interface entre Museologia e Cultura Digital.

  • Museu da Língua Portuguesa. Foto: Luan Batista Exposição permanente do Museu da Língua Portuguesa. Obra: Instalação Palavras Cruzadas

    Acervos museológicos em ambiente digital
    Vol. 10 No. Especial (2021)

    Observa-se que no Brasil, nos últimos anos, novas possibilidades tecnológicas auxiliaram não somente na divulgação das instituições museais, mas também em atividades técnicas como conservação e documentação/representação da informação, permitindo a difusão de  conteúdos importantes, científicos, artísticos, históricos e culturais, de diversos países.

  • Jorge Méndez Blake El castillo / The Castle, 2007 Ladrillos, edición de El castillo de Franz Kafka / Bricks, edition of Franz Kafka’s The Castle 2300 x 175 x 40 cm Imágen cortesía del artista / Image courtesy of the artist Vista de la instalación en la exposición After Babel, Annex M, Athens, 2018 / Installation view at the exhibition After Babel, Annex M, Athens, 2018

    Protagonisme autochtone et musée: approches et méthodologies / Musées, muséologie et littérature: représentations du monde et techniques narratives
    Vol. 10 No. 19 (2021)

    Protagonisme autochtone et musée: approches et méthodologies

    Le dossier vise à rassembler des articles dans lesquels le rôle indigène dans le
    musée est le point essentiel à diffuser, on peut dire, la participation de groupes
    ou de communautés a lieu, avec les peuples indigènes comme acteurs actifs dans le
    processus de conservation. La proposition s'articule autour des relations entre les peuples autochtones et
    les musées, en tenant compte des approches postcoloniales révisionnistes et décoloniales,
    en positionnant le protagonisme autochtone dans les processus muséaux contemporains comme
    un droit à la muséalisation. Il est dans l'intérêt du dossier de connaître et de diffuser largement les actions
    curatives promues conjointement par les professionnels des musées et autochtones,
    en favorisant l'autoreprésentation et la participation de ces acteurs à l'élaboration
    des discours muséaux et des élaborations réflexives. Pour une meilleure compréhension, la curatelle est considérée comme l'ensemble des
    actions autour de l'objet muséologique - formation de collections, recherche, conservation,
    documentation, exposition et éducation. Ainsi seront accueillies les contributions des
    conservateurs les plus divers, c'est-à-dire des professionnels qui composent ou s'intègrent
    dans le processus curatorial dans les musées, à savoir : chercheur(s) de différents domaines,
    conservateur(s)), documentalistes, muséologues, éducateurs, architectes, designers, etc. De même, des contributions sont attendues de divers domaines (muséologie, anthropologie,
    arts, archéologie, psychologie, éducation, architecture, communication sociale et autres)
    et de typologies muséales (anthropologiques/ethnologiques/ethnographiques, artistiques,
    archéologiques, historiques, scientifiques et technologiques, du populaire culture et folklore,
    ville, communauté, etc.). Un autre aspect à considérer est les méthodologies adoptées dans la conservation avec
    les peuples autochtones, à considérer: collaboration, recherche-action, conservation
    partagée, requalification de collection, ethnomuséologie, ethno-archéologie et autres
    qui nous apportent des éléments de discussion sur les interactions entre autochtones
    et non-indigènes. agents autochtones dans les procédures curatoriales, les relations
    de pouvoir et la prise de décision, la prise en compte des différends et des conflits,
    ainsi que les négociations et accords établis pour aboutir à des résultats, que nous
    espérons connaître dans les textes présentés. Rendre l'idée plus originale, la proposition du dossier couvre des textes autochtones
    préparés par eux sur leurs réalités, leurs expériences, leurs visions, les conservateurs
    et la gestion des musées. Nous sommes inspirés par la déclaration:
    « Je m'appelle Inã, ce qui signifie mère. Je suis Kujã [chaman], je suis Kaingang.
    Ce que cela signifie pour nous, le livre [publié avec ses articles], c'est que nous
    racontons notre histoire, nous racontons notre histoire, la façon dont nous parlons,
    et le livre sera écrit comme nous parlons de notre culture, de notre peuple,
    parce que c'est très important pour nous qui parlons de notre culture, ce ne sont pas
    les autres, ce qui est écrit dans le livre c'est de la même manière, la même langue
    que nous parlons, ce n'est pas la voix du non indien, c'est la voix indigène,
    c'est notre voix, nous les peuples autochtones, c'est très important pour nous,
    parce que ce ne sont pas les autres qui racontent l'histoire autochtone, nous
    racontons en fait notre histoire, c'est très important pour moi, non seulement
    pour moi mais pour notre personnes, c'est très important et nous sommes très fiers
    de parler de nous. C'est tellement fier!" Dirce Jorge Lipu Pereira, Kaingang, TI Vanuíre, SP, 18 mai 2020.

    Musées, muséologie et littérature: représentations du monde et techniques narratives

    Les musées, la muséologie et la littérature s'entremêlent de différentes manières. Les connexions remontent à la racine étymologique du mot musée, se référant au Temple des Muses - dont beaucoup sont directement liées à la littérature - et à la racine mythologique de Museum, fils du poète Orphée, comme le rappelle Marília Xavier Cury (1999). Mais les relations ne se limitent pas aux origines classiques: susceptibles d'être approximées par leur potentiel d'humanisation, leurs fonctions de représentation du monde et leurs rencontres très concrètes dans les musées littéraires et les maisons d'écrivains, les institutions muséologiques et les œuvres littéraires ont beaucoup à échanger.
    Dans le contexte brésilien, Mário de Souza Chagas énumère une série d'intellectuels de différents domaines de la muséologie qui ont traité des musées, de la mémoire et des collections. Parmi eux, des poètes comme Mário de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Cecília Meirelles et Carlos Drummond de Andrade (CHAGAS, 2015). Si, inspiré par votre liste, nous partons à la recherche d'exemples au-delà du Brésil, l'inventaire des auteurs et des œuvres littéraires qui ont abordé des musées et des thèmes proches de la muséologie tend à se développer et à se diversifier en termes de genres littéraires. En Argentine, Fernandez Macedonio a lancé, en 1975, le roman Le Musée Romantique de l'Éternel; en France, Georges Perec écrit le roman The Private Collection en 1979. Lors d'un voyage au Portugal, à partir de 1981, José Saramago nous présente un personnage qui non seulement visite le Musée d'archéologie et d'ethnologie de Lisbonne, mais fait une suggestion concrète de la façon dont une pièce particulière de la collection doit être exposée.
    Dans les années 2000 et 2010, nous avons trouvé de nouveaux exemples. Au Japon, Yoko Ogawa a lancé en 2001 The Museum of Silence, raconté par un muséologue; en Turquie, en 2010, nous avons trouvé Orhan Pamuk, avec son Museum of Innocence - qui est un roman et un musée, accompagné d'un catalogue; cette même année, le roman Ten Thousand Guitars, dans lequel l'écrivaine française Catherine Clément dépeint le bureau de curiosité de Rodolfo I, est rendu public; en 2013, aux États-Unis, Donna Tart a publié O Pintassilgo, dont l'intrigue a des relations importantes avec l'œuvre homonyme hébergée au Metropolitan Museum of Art.
    De quelle manière ces représentations - et d'autres - des musées dans la littérature influencent - ou reflètent - le travail des professionnels du domaine et la recherche des muséologues? Quels échos peuvent avoir l'émergence de nouveaux musées et les transformations de la pensée muséologique dans la littérature et les études littéraires? Vous pouvez tout voir, des impacts numériques - comme le public en plein essor au New York Frick Museum après la publication du roman de Donna Tart sur l'œuvre O Pintassilgo, que le musée a reçu dans une exposition itinérante1 - aux relations académiques - comme le Manifeste sur les musées, publié par Orhan Pamuk lors de la Conférence générale de l'ICOM à Milan en 2016.
    Inversant la perspective, nous passons de ces différents musées d'œuvres littéraires à la présence de littératures dans les musées. Tout comme le musée, la collection et la mémoire peuvent être un objet d'intérêt pour les écrivains, elles peuvent donc aussi devenir incontournables pour certaines institutions muséologiques. Dans le cadre de l'ICOM, le Comité international des musées littéraires - ICLM - a vu le jour dans les années 1970, réunissant notamment des maisons d'écrivains. En Allemagne, l'Association des sociétés littéraires et des musées de littérature (ALG) a été créée en 1986; en France, après une série d'événements et de documents remontant à 1993, la Fédération nationale des maisons d'écrivains et du patrimoine littéraire est née en 1997. En 2003, le groupe LitHouses de maisons et musées littéraires britanniques a été créé. En 2016, le Réseau des musées littéraires est formé au Brésil. Toutes ces organisations sont actives, avec des réunions périodiques qui génèrent des publications sur les thèmes des maisons d'écrivains et des musées littéraires, en plus de réfléchir, parfois, sur la présence de la littérature dans les musées non littéraires, tels que les musées d'histoire et d'art.
    La réflexion sur la façon dont nous représentons la littérature dans nos musées conduit à un troisième point d'intérêt dans ce dossier thématique: le récit muséologique. De nombreuses études dans le domaine de la muséologie utilisent le terme narratif et traitent de la possibilité de composer des discours, des perspectives critiques ou même des intrigues à l'aide d'objets, de textes complémentaires et de diverses ressources expographiques. Cependant, d'après ce que nous avons pu étudier, il n'y a pas encore eu beaucoup de théorisations à cet égard. Dans son Dictionnaire des termes littéraires, Massaud Moisés (1982) indique que "la narration consiste en un récit d'événements ou de faits, et implique donc l'action, le mouvement et le passage du temps". Il s'agit d'utiliser une définition très succincte, parmi la vaste bibliographie qui traite du récit dans le médium littéraire. Ce concept de narration est-il le même que celui utilisé dans notre pratique et notre théorie dans les musées? Comment les procédures narratives de la littérature peuvent-elles être étudiées par les muséologues et leur apporter de nouvelles idées et perspectives? Comment la muséologie peut-elle enrichir les analyses critiques autour de la littérature?

  • Instalação - Museu de Arte Sacra - Olinda - PE  Foto: Teresa Scheiner, fevereiro de 2020

    Museus, Museologia, Comunicação, Recepção
    Vol. 9 No. Especial (2020)

    Este número especial da Revista Museologia e Interdisciplinaridade ”“ Museus, Museologia, Comunicação, Recepção - celebra a essência do Museu como instancia comunicacional absoluta, fenômeno que se configura simultaneamente em processo e como produto muito especial das interfaces entre o humano e o real, ou suas diferentes “dobras”, a que chamamos realidades. É um tema que permanece atual, considerando a avassaladora presença das mídias ”“ especialmente as mídias digitais - em nosso cotidiano e sua influencia na cultura do presente. É importante lembrar sempre onde e como se colocam os museus, na Atualidade; e como vêm-se adaptando às novas linguagens comunicacionais. Museus se conectam com todos os tempos e espaços, mas é no hoje que se comunicam: o uso de linguagens atualizadas (incluindo a linguagem do marketing) é fundamental para que suas narrativas possam verdadeiramente impactar as sociedades do presente.

    A teoria nos ensina que o Museu é um fenômeno social, de profundo significado educativo: em suas formas instituídas, quaisquer que sejam, museus atuam de forma dinâmica, não apenas no estudo e conservação da cultura em todos os tempos e espaços, mas também propiciando novos conhecimentos e experiências de vida que contribuem, de modo positivo, para o desenvolvimento humano e o bem estar social. E o fazem oferecendo experiências vivenciais de observação, estudo e experimentação dos processos e produtos da natureza e da ação humana em toda a sua trajetória. Nesse contexto ocupam lugar especial os museus universitários, que dão a conhecer os modos e formas pelos quais se constrói o saber formal sobre as coisas do mundo e as coisas “das gentes”; e desenvolvem experiências de compartilhamento democrático do saber formal, onde o conhecimento acadêmico é interpretado nas suas interfaces com o conhecimento informal de todos os grupos sociais.

    Como dispositivos comunicacionais plenos, museus permitem uma ampla conexão com todos os planos perceptuais e com as diferentes dimensões da razão e dos sentidos. Essa comunicação se dá especialmente através das exposições. Entende-se aqui a exposição como o produto de um ato de criação coletiva, que reúne as percepções de mundo de todos aqueles que, de alguma forma, foram e são responsáveis pela sua realização: toda exposição oferece um recorte de mundo que possibilita a cada individuo uma experiência transformadora. Os graus de transformação irão variar, dependendo da experiência imersiva de cada pessoa no espaço da exposição. 

    Do ponto de vista da recepção, toda exposição é um objeto semiótico, polivalente, e configura um texto a ser reconhecido e percebido como “entidade comunicacional” ”“ um mecanismo que precisa ser atualizado por um destinatário, através de um processo interpretativo. O texto expositivo captura os sentidos e provoca alguma forma de “leitura”, a partir de dispositivos combinatórios próprios a cada experiência. Toda exposição se articula assim como espaço de linguagem, que se dirige a indivíduos reais, e não a entidades teóricas designadas como “publico alvo”, “visitante”, ou “publico geral”. Empreender a análise sistemática de audiências constitui, portanto, um movimento necessário para o desenvolvimento de uma museologia dialógica (ou dialogal), isto é, uma experiência comunicacional ”“ já que o diálogo é a matriz e a essência mesma da comunicação.

    T. Scheiner, dezembro de 2020

  • Dance with me (2018), de autoria de Élle de Bernardini. Créditos: cortesia da artista

    Musealização da Performatividade em Coleções Públicas e Privadas
    Vol. 9 No. 18 (2020)

    Sabe-se que a intenção, a aquisição e os processos contextuais-temporais em uma coleção configuram o que podemos considerar musealização - ação / ato / gesto em trânsito, retroalimentado por trajetórias de objetos e narrativas em uma relação indispensável com o sujeito que os observa e os ressignifica. Se a condição de narrativa sobre a existência dos objetos está atrelada à imaterialidade, a performatividade é elemento central para compreensão das intenções e dos processos que envolvem agentes e agências: museus, patrimônios, acervos, grupos sociais, indivíduos. A performatividade está associada à sobrevivência, aquilo que dá continuidade, que perpetua, que permanece, que é vestigial; uma metalinguagem, como uma locução que articula os sentidos e as narrativas sobre algo, aquilo que transmuta, que se configura como ponto de conexão entre genealogias e temporalidades. Nesse sentido, a proposta deste dossiê é contemplar reflexões sobre a performatividade ao encontro das práticas museológicas e museais e dos acervos, e vice-versa. Para tanto, o dossiê vislumbra textos que apresentem a musealização da performatividade frente às artes visuais, aos saberes tradicionais, à dança, ao teatro, à música, às artes cênicas, e que possam também discorrer sobre encenação, ritual, corporeidade. Desse modo, sugerem-se como eixos temáticos: (1) História das políticas de preservação imaterial; (2) A noção de performatividade em coleções públicas e privadas de artes visuais, saberes tradicionais, dança, artes cênicas e música; (3) Relações entre performance, ritual e corporeidade e suas transformações; (4) A musealização da performatividade das obras/ do acervo nos processos museais e museológicos.

  • Museus e Museologia: aportes teóricos na contemporaneidade
    Vol. 9 No. 17 (2020)

    Tiriyó-Kaxuyana beadwork ”“ Acervo do Memorial dos Povos Indígenas (MPI) ”“ Brasília/DF

    Foto: Daderot

     
  • Museus e Educação: História e Perspectivas Transnacionais
    Vol. 8 No. 16 (2019)

    Foto: Mão de Rosella Andreassi - Autor: Giorgio Calabrese  - Università degli Studi del Molise Local: Museo della Scuola e dell’Educazione popolare - Campobasso  Data: 23/05/2017 Evento: "Vite maestre tra libri, registri e quaderni. La dimensione locale della ricerca e il patrimonio storico educativo" 
  • Claudia Andujar, Gisele Motta e Leandro Lima, Yano-a, 2005, instalação (detalhe). Acervo da Pinacoteca de São Paulo. Foto: E.Dionisio, 2016.

    Dossiê: Cinema, museu e patrimônio
    Vol. 8 No. 15 (2019)

    Organizadores: José Quental (Doutorando em Cinema Université Paris 8/Cinemateca do MAM) e Alda Heizer (JBRJ)

    Capa: Claudia Andujar, Gisele Motta e Leandro Lima, Yano-a, 2005, instalação (detalhe).

    Acervo da Pinacoteca de São Paulo.

    Foto: E.Dionisio, 2016.

  • Os Museus e o Mar
    Vol. 7 No. 14 (2018)

    Mercedes Lachmann, Área de Emergência, 2014, instalação - casco de barco de madeira sobre banco de areia. I Mostra Rio Esculturas Monumentais, Praça Paris, Glória, RJ.

  • Vol. 7 No. 13 (2018)

    Ida Hannemann de Campos,

    Voltando da feira 2, série Transeuntes, 1964

    Coleção da Artista

    Foto: E.Dionisio

  • Vol. 6 No. 12 (2017)

    Henrique de Oliveira

    Transarquitetônica, 2014, instalação (detalhe)

    Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo

    Foto: E.Dionisio

  • Vol. 6 No. 11 (2017)

    Nelson Leirner

    Terra à vista, 1998.

    MAC, Niterói, RJ

  • Vol. 5 No. 10 (2017)

    Túlio Pinto

    Cumplicidade #7, 2016.

    Foto do artista.

  • Vol. 5 No. 9 (2017)

    Laura Lima e José Barattino

    Comida, 2012

    Encontros de arte e gastronomia, MAM - SP

    Foto: Edouard Fraipont

  • Vol. 4 No. 8 (2015)

    Elida Tessler

    Você me dá a sua palavra?, 2004-2013, instalação

    Foto: Carlos Stein

  • Vol. 4 No. 7 (2015)

    Ana Ruas

    Plano B

    Intervenção no Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul, 2014.

  • Vol. 3 No. 6 (2014)

    Jac Leirner

    Cantos, 2014, níveis de precisão sobre parede

    foto:Museo Tamayo, México. 

  • Vol. 2 No. 3 (2013)

    Corpos Informáticos

    Encerando a chuva, 2012

    Pirangy, RN. 
    foto: Bia Medeiros
    performer: Maria Eugênia Matricardi

  • Gê Orthof,  Escuto, 2009  Espaço Marcantonio Vilaça, Brasília.

    Vol. 1 No. 2 (2012)

    Gê Orthof,

    Escuto, 2009

    Espaço Marcantonio Vilaça, Brasília.

  • Elder Rocha  Paisagens Instáveis, 2008  Intervenção no Torreão, Porto Alegre

    Vol. 1 No. 1 (2012)

    Elder Rocha

    Paisagens Instáveis, 2008

    Intervenção no Torreão, Porto Alegre