Entre atores musicais, (re)produções e disputas urbanas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18830/1679-09442024v17e42411

Palavras-chave:

Som, Paisagem sonora, Música, Territorialidade, Identidade cultural

Resumo

Disputas urbanas com origem em práticas musicais resultam da divergência entre as múltiplas territorialidades dos atores que ocupam o espaço público. Como se dão esses conflitos territoriais pela música tem relação direta com a forma de espacialização da atividade e material sonoro, além da relação destes com os atores que (re)produzem a prática, os atores musicais. Este trabalho se dedica a investigar as particularidades do ator musical, primeiramente o conceituando e o categorizando em indivíduo, coletivo e de representação, além de tecer entrelaces entre ele, sua identidade cultural e sua inserção histórica. Em um segundo momento, descrevem-se três possíveis formas de (re)produção sonora deste ator: acústica, eletroacústica e esquizofônica, juntamente com seus respectivos impactos na experiência musical em espaços urbanos. Por último, baseando-se em um estudo bibliográfico das disputas sônico-musicais na Pedra do Sal, na cidade do Rio de Janeiro, propõem-se outros três fatores relacionados à prática musical dos atores: a dinâmica público-privado do caminho sonoro, o objetivo da (re)produção sonora e a cadeia de atores musicais. Neste ponto, demonstra-se como os fatores propostos enriquecem a análise de paisagens sonoras urbanas nas quais a música é protagonista, e possibilitam novos caminhos para se compreender disputas ocasionadas por territorialidades sônico-musicais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lucas Yudi Moriya Sampaio, Universidade Federal do Rio de Janeiro; Faculdade de Arquitetura e Urbanismo; Programa de Pós-Graduação em Arquitetura

Doutorando em Arquitetura no PROARQ-UFRJ, onde pesquisa as relações entre música, paisagem sonora, espaços livres e planejamento urbano. Graduado em Engenharia Mecânica na EESC-USP e mestre em Engenharia Mecânica com foco em Dinâmica e Mecatrônica, pela mesma instituição. Desenvolve pesquisas no campo de acústica desde a graduação, quando trabalhou com projeto de caixas acústicas seladas. Durante o mestrado, pesquisou metamateriais acústicos visando o tratamento e isolamento acústico de ambientes. É também violonista, cantor, compositor e sound designer.

Referências

ABREU, M. de A. Evolução urbana do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: IPLANRIO, 1997.

ANGOTTI, F. B.; RHEINGANTZ, P. A.; RIBEIRO PEDRO, R. M. L. Performações e múltiplas realidades do Porto Maravilha: entre consensos, resistências e controvérsias na zona portuária do Rio de Janeiro. Urbe, v. 11, p. 1–19, 2019. DOI: 10.1590/2175-3369.011.e20180081. Diponível em: https://doi.org/10.1590/2175-3369.011.e20180081. Acesso em: 18 mar. 2023.

BAUMAN, Z. A cultura no mundo líquido moderno. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

BORN, G. On musical mediation: ontology, technology and creativity. Twentieth-Century Music, v. 2, n. 1, p. 7–36, 2005. DOI: 10.1017/S147857220500023X.

BORN, G. Music, sound and space. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

BOURDIEU, P.; CHAMBOREDON, J.-C.; PASSERON, J.-C. A profissão de sociólogo. Petrópolis: Vozes, 1999.

COX, C.; WARNER, D. Audio culture: readings in modern music. Londres: Bloomsbury Publishing, 2004.

DOVEY, K.; WOOD, S. Public/private urban interfaces: type, adaptation, assemblage. Journal of Urbanism, v. 8, n. 1, p. 1–16, 2015. DOI: 10.1080/17549175.2014.891151. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/17549175.2014.891151. Acesso em: 18 mar. 2023.

HAESBAERT, R. Território e multiterritorialidade: um debate. GEOgraphia, v. 9, n. 17, p. 19–46, 2007. DOI: 10.22409/geographia2007.v9i17.a13531. Disponível em: https://doi.org/10.22409/GEOgraphia2007.v9i17.a13531. Acesso em: 18 mar. 2023.

HALL, S. Cultural identity and diaspora. In: McDOWELL, L. (ed.). Undoing place?: a geographical reader. Nova Iorque: Wiley & Sons, 1997. p. 231–242.

HERSCHMANN, M. Das cenas e circuitos às territorialidades (sônico-musicais). Logos, v. 25, n. 1, p. 124–137, 2018.

HERSCHMANN, M.; FERNANDES, C. S. Música nas ruas do Rio de Janeiro. São Paulo: Intercom, 2014.

INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO 12913-1: 2014 Acoustics —soundscape — part 1: definition and conceptual framework. Geneva: ISO, 2014.

KASSABIAN, A. Ubiquitous listening: affect, attention, and distributed subjectivity. Berkeley: University of California Press, 2013.

LA BARRE, J. de. Poder, território, som: alguns comentários. El Oído Pensante, v. 2, n. 1, p. 40–56, 2014.

LANZA, J. Elevator music: a surreal history of muzak, easy-listening, and other moodsong. Nova Iorque: Picador, 1994.

MERRIAM, A. P. The anthropology of music. Evanston, Illinois: Northwestern University Press, 1964.

MESENTIER, L. M. de; MOREIRA, C. D. C. Produção da paisagem e grandes projetos de intervenção urbana: o caso do Porto Maravilha no Rio de Janeiro Olímpico. Revista Brasileira de Estudos Urbanos e Regionais, v. 16, n. 1, p. 35, 2014. DOI: 10.22296/2317-1529.2014v16n1p35. Disponível em: https://doi.org/10.22296/2317-1529.2014v16n1p35. Acesso em: 18 mar. 2023.

NETTL, B. The study of Ethnomusicology: thirty-one issues and concepts. 2. ed. Urbana: University of Illinois Press, 2005.

RAPOPORT, A. The perceptual characteristics of pedestrian streets. History and Precedent in Environmental Design, Boston: Springer, 1990. p. 261–296. DOI: 10.1007/978-1-4613-0571-2_8.

ROCHA, C. M. de H. Escutando a cidade: cartografia de sonoridades. 2017. 157 f. Tese (Doutorado em Engenharia da Produção) - COPPE; Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.

SANCAR, F. H. Music and place attachment : beloved Istanbul. Journal of Urban Design, October 2003, p. 269–291, 2003. DOI: 10.1080/1357480032000155123.

SANTAELLA, L. Culturas e artes do pós-humano: da cultura das mídias à cibercultura. 4. ed. São Paulo: Paulus, 2010.

SAQUET, M. A.; SPOSITO, E. S. (org.). Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão Popular; UNESP, 2009.

SCHAFER, R. M. The soundscape: our sonic environment and the tuning of the world. 2. ed. Rochester, Vermont: Alfred Knopf, Inc., 1994.

SCHLEE, M. B.; NUNES, M. J.; REGO, A. Q., et al. Sistema de Espaços Livres nas cidades brasileiras: um debate conceitual. Paisagem Ambiente: ensaios, v. 26, p. 225–247, 2009.

SMALL, C. Musicking: the meanings of performing and listening. Middletown: Wesleyan University Press, 1998.

SMALLEY, D. Space-form and the acousmatic image. Organised Sound, v. 12, n. 1, p. 35–58, 2007. DOI: 10.1017/S1355771807001665.

SZABO, V. L. F. Ambient music as popular genre: historiography, interpretation, critique. 2015. ix, 388 f. Tese (Doctor of Philosophy) - Department of Music; University of Virginia, Cleveland, 2015. Disponível em: https://doi.org/10.18130/V39S01. Acesso em: 18 mar. 2023.

TUAN, Y.-F. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.

WHYTE, W. H. The social life of small urban spaces. Nova Iorque: Project for Public Spaces, 1980.

Downloads

Publicado

26-04-2024

Como Citar

Moriya Sampaio, L. Y. (2024). Entre atores musicais, (re)produções e disputas urbanas. Paranoá, 17, e42411. https://doi.org/10.18830/1679-09442024v17e42411

Edição

Seção

Teoria, História e Crítica

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.