O estado ultra mínimo dos Apinagés

entre a anarquia e o Leviatã

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5281/zenodo.7781347

Palavras-chave:

Apinagés, Brasil, Estado, População indígena, Sistema político

Resumo

O objetivo desse artigo é conhecer a estrutura política das comunidades indígenas apinagés do passado remoto, fazendo uma releitura técnica do material etnográfico selecionado com o auxílio de dois procedimentos epistemológicos que investigam a presença das variáveis da Teoria Geral Estado e a intensidade lógica do poder político local. O resultado obtido com esses dois procedimentos sugere três hipóteses inéditas que realçam a possibilidade de ter existido nas comunidades apinagés um Estado nativo, ultramínimo, solidarista, e resiliente entre o século XVIII e a década de 1930.

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Biografia do Autor

Heraldo Montarroyos, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará

Professor dedicação exclusiva da UNIFESSPA, Faculdade de Direito, desde 1999 campos de atuação: diplomado em epistemologia, ciência política e especialização em história da amazônia e especialização em políticas públicas e desenvovlimento regional na amazonia linhas de atuação, pesquisa e publicação criminologia: construção e aplicação de programas de pesquisa economia política constitucional james buchanan teoria dos danos; composição civil dos danos; dano existencial e espiritual epistemologia científica aplicada ao direito, aos direitos humanos e à criminologia linhas de pesquisa atual diálogo da criminologia com a economia política constitucional e a composição civil dos danos.

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Publicado

2023-03-29

Como Citar

Montarroyos, H. E. de M. (2023). O estado ultra mínimo dos Apinagés: entre a anarquia e o Leviatã. Revista Do CEAM, 8, 1–34. https://doi.org/10.5281/zenodo.7781347

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