Voz aos pedaços

reapropriação do fabular através das ausências

Resumo

As reflexões aqui propostas compreendem o ato de fabular como intensificação da produção de subjetividade. Um ato em que o/a fabulante vai ao encontro das narrativas que compõem a sua trajetória de vida não como um resgate imagético do passado, fixando-o de forma cristalina, mas numa ação que parte de a ausências ocasionadas pelas interrupções da vida, daquilo que o não vivido propõe como experiência e atividade do pensamento. Neste fabular uma voz se implica, a voz aos pedaços. Esta, em função de sua lida com o ausente, preserva potencialidades inauditas da voz que o logocentrismo filosófico ocidental neutralizou ao retê-la como abstração do pensamento. Este escrito tem sua origem nos processos criativos experimentados na disciplina de doutorado “Criar Vozes, Narrar Mulheres”, que se estruturou sobre os estudo de  práticas vocais integrativas e poéticas de contação de histórias.