Orações relativas em Nheengatú ou Ingatú

Autores

  • Edilson Martins Melgueiro Instiuto Federal de Educação do Amazonas
  • Ana Suelly Arruda Câmara Canral Universidade de Brasília https://orcid.org/0000-0001-7212-9178
  • Marci Fileti Martins Universidade Federal do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.26512/rbla.v11i02.28115

Palavras-chave:

Relativização. Nheengatú. Tupí-Guaraní. Contato linguístico. Sintaxe.

Resumo

A língua Nheengatú (Ingatú), versão modificada do antigo Tupinambá falado no século XVII da costa do estado do Maranhão ao baixo rio Tocantins, estado do Pará, desenvolveu-se como língua franca, sob influência do Português e de falantes de diferentes línguas que a adotaram, seja como primeira língua, seja como língua adicional. Das diversas mudanças ocorridas na história do Tupinambá que resultou no Nheengatú moderno, destaca-se o desenvolvimento de orações relativas decorrentes do contato com o Português. Essas orações relativas apresentam características peculiares de interesse para os estudos linguísticos tipológicos, e de natureza histórica, principalmente por se ter acesso às estruturas do antigo Tupinambá, permitindo a identificação da natureza e direções das mudanças ocorridas. O presente estudo aborda as orações relativas da língua Nheengatú em uma perspectiva descritiva e tipológica, a partir de dados coletados na cidade de São Gabriel da Cachoeira, sede do município de São Gabriel, Amazonas, junto a duas mulheres de origem Baré (Aruák), para as quais o Nheengatú é a língua materna e se apresenta em suas respectivas falas como uma variedade mais conservadora da língua. A descrição orienta-se pela tipologia de orações relativas proposta por Keenan e Comrie (1977, 1979), Keenan (1985), e Givon (1990). Beneficia-se também das contribuições aos estudos tipológicos das orações relativas feitas por Lehmann (1986).

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Referências

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Publicado

2019-12-29

Como Citar

Martins Melgueiro, E., Arruda Câmara Canral, A. S., & Fileti Martins, M. (2019). Orações relativas em Nheengatú ou Ingatú. Revista Brasileira De Linguística Antropológica, 11(02), 16. https://doi.org/10.26512/rbla.v11i02.28115

Edição

Seção

Artigos